No período medieval, Pedro Abelardo se empenha em elucidar os mistérios da fé por via racional. Assim, em seu pensamento afloram questões básicas da ética: o ato e a intenção, as relações entre indivíduos e o coletivo, a natureza da culpa e do mérito, a função ética da recompensa e da punição, o significado moral da responsabilidade e da liberdade. Julga que, sem a intenção consciente e deliberada, não há mérito nem culpa. Dito isso, observe a citação a seguir:
Para definir pecado, Abelardo recorrerá, então, aos dois conceitos (...) ou seja, o conceito de “más obras”, que são ações e omissões a que nos conduzem nossos vícios, e o conceito de “vício”, que são nossas tendências adquiridas ou inatas, às ações e omissões que denominamos más. Isso feito, ele introduz entre eles, forjando uma sequência cronológica bem determinada, um conceito novo, até então não mencionado: o “consentimento” às más obras que seria o pecado. (...) Portanto, cometeremos pecado no momento em que, depois de impulsionados por nossas tendências viciosas, emprestamos nosso consentimento às eventuais obras subsequentes que venhamos a executar inclinados por nossos vícios.
CHAVES-TANATÚS. A ética de Pedro Abelardo, 1996.
A respeito da citação acima, seguem as seguintes afirmações:
I - Não há como deixar de consentir com nossas tendências inatas.
II - Pecado se localiza em uma decisão individual e interior.
III - O vício, em si mesmo, não é pecado.
IV - A ética está na intenção, e não na ação.
Frente a isso, assinale a alternativa CORRETA.