A poesia de João Cabral de Melo Neto, arraigada no áspero solo nordestino, exercitava-se em formas claras, duras e exatas e amadurece na década de 50 do século passado em consonância com uma nova etapa da história nacional, impulsionada pelo desejo de uma definitiva inserção do Brasil no rol das nações modernas. A siderurgia, a industrialização, a organização sindical são avanços que andam juntos com a busca de objetividade e experimentalismo que norteava os artistas. Para falar do mundo primitivo do Sertão, mundo a um tempo histórico e mítico, Guimarães Rosa vale-se de uma linguagem cujo grau de novidade e impacto já se comparou ao da literatura de um James Joyce.
(Bruno Torralbo, inédito)
Nesse trecho crítico, a aproximação entre a poesia de João Cabral e a prosa de Guimarães Rosa deve-se ao fato de que ambos os autores