Questão
Universidade Federal do Pará - UFPA
2009
Fase Única
praticas-religiosas224f051209b
A respeito das práticas religiosas do mundo colonial, o antropólogo e historiador Luiz Mott afirma: 

“Muitos são os colonos processados pelo Tribunal da Fé que honestamente disseram ignorar que os exercícios de piedade por eles praticados constituíam desvio do Ritual Romano e matéria do conhecimento da Santa Inquisição. Não apenas rústicos vaqueiros e tabaréus do sertão, devotos dos disputados patuás e bolsas de mandinga, mas também doutos sacerdotes reinóis resvalavam neste terreno dúbio que separa as devoções aprovadas daquelas consideradas delituosas”. 

(Luiz MOTT. “Cotidiano e vivência religiosa: entre a capela e o calundu”. In: Laura de Mello e SOUZA (org.). História da vida privada no Brasil: cotidiano e vida privada na América portuguesa. São Paulo: Companhia das Letras, 1997, p. 196.) 

Com base no texto e no conhecimento sobre as práticas religiosas no mundo colonial, é correto afirmar: 
A
O mundo colonial foi caracterizado pela inegociável aplicação das normas e práticas do culto católico apostólico romano, em todos os níveis e grupos que compunham a população da América portuguesa. 
B
As tradições religiosas africanas e indígenas foram totalmente eliminadas da sociedade colonial graças ao esforço evangelizador das diversas ordens religiosas que se instalaram no território da América portuguesa, principalmente os jesuítas. 
C
O mundo da religiosidade colonial caracterizou-se por uma dualidade muito clara: de um lado, os africanos e indígenas mantiveram suas práticas tradicionais; de outro, os portugueses e seus descendentes seguiram fielmente os ditames da Igreja católica. 
D
A população, quanto à religião, não seguia apenas as normas da Igreja católica, mas também outras práticas religiosas que se desenvolveram no período colonial, fruto da interação de diversas tradições religiosas, como as dos povos africanos e as dos povos indígenas. 
E
O protestantismo e suas práticas de devoção – como o uso de patuás – foi duramente combatido pela Inquisição, já que essa religião era amplamente difundida entre os setores da população colonial da América portuguesa.