Aproveitando-se dos rebanhos bovinos que viviam soltos pela planície pantaneira e regiões adjacentes da serra de Maracaju, os indígenas Guarani, conhecidos como indígenas cavaleiros, incorporaram o gado bovino à sua dieta e o cavalo como meio de transporte e arma de guerra, tornando-se soberanos nessa região, inclusive, se tornando um obstáculo à presença não indígena no território.

O pastoreio e a vastidão de campos no sul de Mato Grosso foram fatores que impulsionaram o surgimento de fazendas na região, sendo que uma delas, a fazenda Camapuã, obteve grande êxito, tornando-se um ponto de abastecimento das monções e fornecendo carne salgada e couro para a região das minas do Cuiabá.

A presença de gado bovino na região foi um grande atrativo para a fixação de núcleos de povoamento na região, formando as primeiras fazendas de gado, que atuavam produzindo charque para as regiões mineiras e utilizavam mão de obra escrava para o desenvolvimento das atividades de pastoreio.

O gado bovino era tão presente no sul de Mato Grosso que a construção de fortificações como Coimbra e Miranda atuaram na dispersão dos rebanhos, que se reproduziam livremente na região e que atraiam colonos de outros países (Bolívia e Paraguai) para o território do império brasileiro.

A atividade pastoril foi de extrema importância para o sul de Mato Grosso, visto que atraiu pecuaristas do interior de São Paulo para a região ainda durante o período imperial, bem como o domínio desses rebanhos e pastagens foram epicentros para o desenvolvimento da Rusga Cuiabana.