No primeiro livro da Ética a Nicomaco, Aristóteles afirma que cada ação tem um fim que lhe é próprio, e esse fim é seu bem. Os fins de cada ação e de cada modo de ser são procurados em vista de si mesmos ou em vista de outras coisas. Por exemplo: a vitória é o fim procurado em uma competição esportiva, mas ela pode ser buscada em vista do prazer, da honra ou de alguma premiação. Todos os fins, porém, são procuradas em vista da eudaimonía (que se traduz por “felicidade”, mas indica o viver bem e agir bem, conjuntamente). Considerando a vida humana em sua integridade, ser feliz, no sentido apontado de eudaimonía, seria, portanto, a finalidade de todas as nossas ações, ainda que possamos nos equivocar quanto ao que escolhemos e quanto ao modo de agir. Como seres ativos racionais, os seres humanos movem-se rumo à eudaimonía na medida em que realizam sua virtude própria, aquela que os distingue dos demais seres. Tanto a vida ativa quanto a vida racional têm de ser buscadas, e buscadas no melhor dos modos que, em cada caso, mostrar-se possível; daí provém a importância da vida política e da vida contemplativa (ou teorética) e a unidade de práxis e racionalidade, para os seres humanos. Considerando o enunciado precedente, é CORRETO afirmar:
Questão
Universidade Estadual do Norte do Paraná - UENP
2022
Fase Única
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A
A concepção aristotélica de felicidade é eminentemente apolítica
B
A finalidade da vida de um ser é a realização do que lhe é próprio; por isso, a felicidade de um ser ativo racional depende apenas de viver em comunidade
C
Um ser ativo e racional tem sua eudaimonía ligada tanto à práxis quanto à racionalidade
D
O prazer é um fim em si mesmo, assim como a honra e as posses.
E
Eudaimonía é contentamento subjetivo devido ao sucesso em atingir o fim próprio a uma ação, não considerados os meios.