Em primeiro lugar, povos indígenas consideram o termo “índio” pejorativo por evocar um estereótipo presente já durante o período colonial, que os caracterizou como “bárbaros” e “incivilizados”. Além do mais, índio é um termo genérico, que não distingue as especificidades existentes entre os povos indígenas, tampouco suas riquezas linguísticas, cosmológicas e culturais. Também não considera as especificidades regionais e de tempo de contato com a sociedade não indígena. Índio é, pois, um conceito genérico que repõe preconceitos vindos do passado e enraizados no presente, não considerando a pluralidade desses povos. Indígena significa “natural do lugar que se habita” ou “aquele que está ali antes dos outros”. Sendo assim, não só reconhece a ancestralidade desses povos, como sua grande pluralidade. O certo é que se índio já virou um jargão fácil e exotizante, indígena permite reconhecer que cada povo é único e que deve ser, portanto, respeitado como tal.
(Lilia Schwarcz. Índio não, indígena: os sistemas classificatórios. NEXO Jornal. 6/06/022. Adaptado)
No trecho acima, a historiadora opõe “índio” e “indígena” destacando