Os personagens de Inocência, segundo a tipologia de Fosters, que separa os personagens em “redondos” e “planos”, isto é, complexos e rasos, são do primeiro tipo, pois são imprevisíveis e de psicologia multifacetada

O que transmite confiabilidade à narrativa de Inocência é o caráter autodiegético, isto é, autobiográfico, de seu narrador, Cirino, que relembra suas peripécias no Mato Grosso e seu amor por Inocência muitos anos depois.

O enredo de Inocência já antecipa os enredos do realismo, pois é linear e direto, sem apresentar grandes reviravoltas e surpresas, como era típico do romantismo.

O ponto de vista externo caracteriza o narrador de Inocência como um narrador onisciente, o que é, aliás, uma tendência dominante na narrativa romanesca do século XIX. 

Apesar de realista, a prosa de Inocência ainda está carregada do estilo do romantismo, cheia de metáforas e hipérboles.