Questão
Simulado UNESP
2020
1ª Fase
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Os próprios senhores de engenho eram uns gulosos de doce e de comidas açucaradas. Houve engenho que ficou com o nome de “Guloso”. E Manuel Tomé de Jesus, no seu engenho de Noruega, antigo dos Bois, vivia a encomendar doces às doceiras de Santo Antão; vivia a receber presentes de doces de seus compadres. Os bolos feitos em casa pelas negras não chegavam para o gasto. O velho capitão-mor era o mesmo que menino por alfenim e cocada. E como estava sempre hospedando frades e padres no seu casarão de Noruega, tinha o cuidado de conservar em casa uma opulência de doces finos. 

 (Gilberto Freyre. Nordeste: aspectos da influência da cana sobre a vida e a paisagem do Nordeste do Brasil.)

Ao tratar do consumo de doces no período colonial, o texto
A
explora as relações entre senhores e as escravas de ganho, que comercializavam tabuleiros de quitutes nos centros urbanos.
B
evidencia o caráter patriarcal da sociedade do açúcar, no qual o senhor de engenho conserva sob sua influência agregados, criados e uma larga escravaria.
C
retrata a alimentação precária dos senhores de engenho, gerada pela supressão da policultura nos latifúndios açucareiros.
D
sugere a força da Igreja nos espaços privados, levando senhores de engenho a conservar o hábito de acomodar padres e frades na casa-grande. 
E
manifesta a riqueza da doçaria luso-brasileira, resultante da democratização do acesso ao açúcar na região nordeste da América Portuguesa.