A prostituição infantil cresce no Brasil e já atinge 500 mil meninas, envolvidas cada vez mais com drogas. Esse número expressa, com base em estimativa sobre a população brasileira em 1989 (147,4 milhões), a existência de uma menor prostituta entre cada 300 habitantes.
De acordo com pesquisas, uma das principais causas da entrada na prostituição é a gravidez precoce: mais de um milhão de mulheres menores de 19 anos são mães. Haveria 800 mil meninas de rua também suscetíveis, pela necessidade de sobrevivência, a entrar na prostituição.
O que impulsiona, primordialmente, as crianças para a rua é a necessidade de gerarem renda, seja por meios aceitáveis socialmente ou por esquemas considerados marginais ou ilícitos. Muitas delas são ainda vítimas de uma prática atávica de serem trazidas do interior para servir como a primeira experiência sexual do filho do patrão.
Vincula-se o aumento da prostituição infantil ao comércio de narcotráficos. Acredita-se que cresce o número de adolescentes que fazem uso “abusivo” de drogas, e a venda do corpo passa a ser um meio de manter o vício.
(Folha de S.Paulo, 25.10.1990.)
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