Questão
Universidade Regional do Cariri - URCA
2011
Fase Única
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O que é folclore?

Posso lhe afirmá também:
Folclore é superstição,
O medo que você tem
Do canto do corujão.
Folclore é aquele instrumento
Para o seu divertimento

Que chamamos berimbau;
E também a brincadeira
Ritmada e prazenteira
Chamada Maneiro-Pau.

Folclore, meu camarada,
Ouvimos a toda hora,
É históra de alma penada,
De lobisome e caipora.
Preste atenção e decore,
Pois, com certeza, folclore
Ainda posso dizer
Que é aquele búzio de osso
Que você põe no pescoço
Do filho pra não morrer.

É aboio magoado
Do vaqueiro na amplidão.
É o festejo animado
Da debulha do feijão,
Carro de boi e gaiola
E desafio, à viola,
Do cantador popular
E também a toadinha
Da Ciranda-Cirandinha
Vamos todos cirandar.

Eu e você que vivemos
No nosso pobre sertão
Muitas coisas inda temos
Da popular tradição:
Além de outras, o girau
E a carrocinha de pau,
Em vez de bonito carro.
Que prazer, satisfação,
A gente comer pirão
Mexido em prato de barro!

E agora, prezado irmão,
Estes versos lhe dedico.
Lhe dei alguma noção
Do nosso folclore rico.
Não posso continuar,
Pois nada pude estudar,
De dentro do tema saio.

O resto lhe dirá tudo
Pomão Figueira Sampaio,
Mainá e Câmara Cascudo.

De conservar o folclore
Todos têm obrigação,
Para que nunca descore
A popular tradição.
Os homens de grande estudo,
Como Mainá e Cascudo,
Guardem sempre nos arquivo
Populares tradições,
Cantigas, superstições
E costumes primitivos.

Você, caboclo, que cresce
Sem instrução e saber,
Escuta, mas não conhece
Folclore o que quer dizer:
O folclore é um pilão
É um badoque, um pião,
Garanto que também é
Uma grosseira cangalha,
Aparelhada de palha
De palmeira ou catolé.

Patativa do Assaré. Melhores Poemas/ Seleção de Cláudio Portela-São Paulo: Global, 2006.p. 87-89

O poema apresenta:
A
versos metrificados.
B
rimas brancas.
C
estrofes irregulares.
D
uma glosa.
E
uma narrativa.