“No que se refere à produção do conhecimento, Marianne Weber defende as ‘ciências da cultura’ como espaço privilegiado para expressão do ‘ponto de vista feminino’ na tessitura do conhecimento porque, ao contrário das ciências ‘naturais’, sua singularidade ‘consiste no fato de que a análise da realidade está ancorada em pontos de vista orientados por valores e ideais culturais’. E o ideal cultural moderno por excelência, segundo Marianne, é o da liberdade na convivência com os outros. Um ideal que se firma no horizonte de expectativas também da mulher, ela também [é] um ‘ser humano moralmente autônomo’, uma personalidade sedenta por possibilidades de moldar a existência (no casamento, na profissão, na participação política, nas ciências, nas artes) para desdobramento da faculdade humana de conferir sentido. Marianne fez dessa liberdade de ação da mulher o núcleo duro da Sociologia do Direito; uma sociologia que discute a liberdade da personalidade feminina em uma sociedade organizada para liberação do masculino à medida que defende uma racionalização do direito matrimonial e da família”.