Questão
Universidade Federal de São Carlos - UFSCAR
2012
Fase Única
VER HISTÓRICO DE RESPOSTAS
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A questão está baseada no texto de João Guimarães Rosa (1908-1967):

Jó Joaquim, cliente, era quieto, respeitado, bom como o cheiro de cerveja. Tinha o para não ser célebre. Com elas quem pode, porém? Foi Adão dormir, e Eva nascer. Chamando-se Livíria, Rivília ou Irlívia, a que, nesta observação, a Jó Joaquim apareceu.

Antes bonita, olhos de viva mosca, morena mel e pão. Aliás, casada. Sorriram-se, viram-se. Era infinitamente maio e Jó Joaquim pegou o amor. Enfim, entenderam-se. Voando o mais em ímpeto de nau tangida a vela e vento. Mas muito tendo tudo de ser secreto, claro, coberto de sete capas.

Porque o marido se fazia notório, na valentia com ciúme; e as aldeias são a alheia vigilância. Então ao rigor geral os dois se sujeitaram, conforme o clandestino clamor em sua forma local, conforme o mundo é mundo. Todo abismo é navegável a barquinhos de papel.

Não se via quando e como se viam. Jó Joaquim, além disso, existindo só retraído, minuciosamente. Esperar é reconhecer-se incompleto. Dependiam eles de enorme milagre. O inebriado engano.

Até que – deu-se o desmastreio. O trágico não vem a conta-gotas. Apanhara o marido a mulher: com outro, um terceiro… Sem mais cá nem mais lá, mediante revólver, assustou-a e matou-o.

(João Guimarães Rosa. Tutaméia, 1967.)

O trecho – Era infinitamente maio e Jó Joaquim pegou o amor. – está construído a partir de um processo de coordenação. Mantendo-se o sentido do texto, a reescrita desse segmento por um processo de subordinação teria como resultado:
A
Era infinitamente maio, mas Jó Joaquim pegou o amor.
B
Era infinitamente maio; logo, Jó Joaquim pegou o amor.
C
Era infinitamente maio, quando Jó Joaquim pegou o amor.
D
Era infinitamente maio; Jó Joaquim pegou o amor.
E
Era infinitamente maio, todavia, Jó Joaquim pegou o amor.