O realismo exaustivo
Para definir o Realismo Literário seria preciso primeiro definir o que é a realidade. Se os filósofos ainda não chegaram a um acordo sobre esta, não podemos esperar muita coisa em relação àquele. Jorge Luis Borges dizia que as literaturas de todos os povos em todos os tempos tinham uma tendência para o fantástico, e o realismo é “uma excentricidade recente”.
O chamado realismo evoluiu nos séculos 18, 19 e 20, principalmente no que se refere a técnicas de observação e descrição, ao uso do ponto de vista (pela técnica do autor, o leitor “vê” o que o personagem não percebe ou compreende), à naturalidade do diálogo (que aos poucos passa a incorporar a fala cotidiana e o monólogo interior, e não depender apenas da retórica escrita), à percepção das forças econômicas, políticas, ideológicas que se exprimem pelas ações dos personagens, e assim por diante.
Ao mesmo tempo, o realismo foi vítima da ânsia de reproduzir na página o mundo como ele realmente é, o que não passa de uma armadilha conceitual.
TAVARES, Braulio. O realismo exaustivo. Língua Portuguesa. Ano 9. Nº 116. Junho de 2015, p. 28-29.
Em relação ao texto, considere as afirmações a seguir.
I - Realismo Literário propôs uma representação materialista mais objetiva e fiel da vida humana.
II - O termo esta (l. 2) se refere à realidade; e àquele (l. 3), ao Realismo Literário.
III - Segundo Jorge Luis Borges, os povos gostam do realismo por ser excêntrico.
IV - O título do texto “O realismo exaustivo” encontra-se justificado no terceiro parágrafo.
V - O texto afirma que a técnica do realismo é exagerar na descrição da realidade.
É verdadeiro apenas o que se afirma em: