I. A padronização do cálculo e da posição longitudinal decidida na Conferência Internacional do Meridiano não foi uma escolha aleatória, pois na época o Reino Unido era a grande potência global, razão pela qual escolheu-se o meridiano de Greenwich, na Inglaterra, como longitude zero.

II. Trata-se a decisão pelo meridiano de Greenwich como longitude zero e, consequentemente, o “centro do mundo”, mais como um “posicionamento de razões políticas” do que propriamente físicas do planeta Terra, de acordo com uma decisão internacional que aceitou o marco zero que permitiu o entendimento da organização política dos países a partir do posicionamento do Reino Unido no “centro do mundo”.

III. Do ponto de vista da disposição dos continentes, pensando especialmente em termos de “Geografia Física”, o novo mapa proposto pelo IBGE poderá não ser dos mais adequados, considerando o fato de a Ásia estar “cortada”. Por outro lado, do ponto de vista das relações de poder e da geopolítica, o novo mapa colabora com a discussão dos conceitos de colonialismo e com os debates sobre relações de poder entre os países e a perspectiva decolonial, por exemplo.

IV. O novo mapa-múndi produzido pelo IBGE, que traz o Brasil erroneamente no centro do mundo, causa prejuízos à correta e consagrada compreensão de que o centro do mundo é o grau longitudinal zero, que física e geodesicamente está no chamado Meridiano de Greenwich, não havendo razão para pensar espacialmente em outros improváveis “centros do mundo”.

Está correto o que se afirma em