Questão
Universidade Federal Fluminense - UFF
2004
1ª Fase
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“(...) se a região [colonial] possui uma localização espacial, este espaço já não se distingue tanto por suas características naturais, e sim por ser um espaço socialmente construído, da mesma forma que, se ela possui uma localização temporal, este tempo não se distingue por sua localização meramente cronológica, e sim como um determinado tempo histórico, o tempo da relação colonial. Deste modo, a delimitação espácio-temporal de uma região existe enquanto materialização de limites dados a partir das relações que se estabelecem entre os agentes, isto é, a partir de relações sociais.

Ilmar Rohloff de Mattos. O Tempo Saquarema. São Paulo: Hucitec, Brasília: INL, 1987, p.24

A partir do texto (p. 41), podemos entender que a empresa colonial é produtora de uma região e de um tempo coloniais, definidos pelas relações sociais construídas por suas características internas e pela maneira como se relaciona com o que se situa fora dessa mesma região colonial.

A Afro-América, produto da ocupação do Novo Mundo, principalmente por portugueses, espanhóis e ingleses, pode ser compreendida, nessa perspectiva, como um conjunto de:
A
economias subordinadas ao mercado mundial capitalista e à lógica do capital industrial, garantindo a penetração do capitalismo no continente americano, o que explica a rápida industrialização ocorrida no século XIX, como desdobramento da revolução industrial;
B
sociedades que reproduziam as existentes nas metrópoles, podendo ser compreendidas a partir da substituição do trabalho compulsório das relações feudais pelo “trabalho livre”;
C
economias surgidas na lógica do mercantilismo, no caso da Inglaterra, e do feudalismo, nas colônias ibéricas, sendo o comércio a principal preocupação dos britânicos, enquanto os governos de Portugal e Espanha privilegiavam a expansão do poder da Igreja;
D
sociedades com organização sócioeconômica diferente da existente nas metrópoles, tendo na exploração do trabalho escravo a base da produção da riqueza, que era, em grande parte, transferida para as metrópoles, segundo a lógica do capital comercial;
E
economias baseadas na monocultura de produtos de grande demanda na Europa, gerando uma sociedade polarizada entre Senhores e Escravos, não possibilitando a formação de um mercado interno e o surgimento de outras classes sociais.