O romance Thérèse Raquin está à frente do seu tempo, porque defende o postulado darwinista acerca da criação do homem no Universo; porém, o mesmo fator que faz desse romance uma obra de vanguarda também pode servir de instrumento para uma crítica em relação à corrente literária iniciada por Émile Zola, porque atrela a tese da origem do homem com aquela que indica o mesmo como um simples resultado do meio ambiente, tornando-o um títere das circunstâncias. O resultado desse processo é a elaboração de uma literatura que torna o homem amoral, uma vez que desqualifica o livre-arbítrio.
COUTINHO, Afrânio. A literatura no Brasil – Parte 4: Era realista e era de transição. São Paulo: Global Editora, 2004.
Émile Zola afirmou que, em Thérèse Raquin, buscou estudar temperamentos e não caracteres. Segundo Alfredo Bosi, uma obra realista se tingirá de naturalismo sempre que