Angústia revela a crise existencial do funcionário público Luís da Silva, após cometer o assassinato de seu rival, Julião Tavares. Uma noite em Curitiba apresenta, por sua vez, a crise na vida do professor universitário, Frederico Rennon, desencadeada pelo encontro com seu grande amor do passado: Sara Donovan.

Angústia é um romance engajado, pertencente à segunda fase modernista e de forte caráter político, enquanto Uma noite em Curitiba é uma obra contemporânea, publicada na década de noventa, ambientada em Curitiba e que, também, tematiza a difícil adaptação ao mundo capitalista.

Angústia é caracterizado por um narrador personagem que se encontra em estado de desvario e que procura, através do processo narrativo, compreender suas últimas ações, e Uma noite em Curitiba é caracterizado por uma narrativa dupla: a história de Frederico Rennon, compreendida através das cartas enviadas à artista pela qual é apaixonado, e a história de Frederico, narrada pelo olhar do filho rebelde.

Angústia e Uma noite em Curitiba podem ser enquadrados na categoria romance experimental, gênero característico da década de setenta e que apresenta como eixo fundamental a destruição da linguagem; assim, são romances marcados pela falta de linearidade, jogos de sintaxe e vocabulário hermético.

Angústia e Uma noite em Curitiba são romances de períodos distintos e com características ímpares, entretanto corroboram a ideia da dificuldade do homem de estar no mundo: suas angústias, sofrimentos e perturbações, que conduzem ou à morte do outro ou à morte de si mesmo.