O século XVI foi de descobertas e encontros violentos, de erros e sorte inesperada, de fronteiras cruzadas e fronteiras fechadas, e criou uma teia de interligações que se espalhou por todas as direções. O século XVII foi diferente. Os primeiros encontros tornaram-se relacionamentos prolongados; as trocas fortuitas sistematizaram-se no comércio regular; a linguagem dos gestos foi suplantada por dialetos e genuína comunicação. Perpassando todas essas mudanças, estava o fator comum da mobilidade. Mais pessoas deslocavam-se, cobrindo grandes distâncias e ficavam longe de casa por mais tempo do que em todo o resto da história humana. Mais pessoas envolviam-se em transações com povos cuja língua não conheciam e cuja cultura nunca fora vivenciada. Ao mesmo tempo, mais gente prendia novas línguas e se ajustava a costumes desconhecidos. Os primeiros contatos, ou a maior parte deles, tinham terminado. O século XVII foi de segundos contatos.
Sobre a realidade apresentada no texto, analise as seguintes afirmações:
I. A ação missionária dos jesuítas na América e na Ásia teve papel fundamental no conhecimento das línguas dos nativos dessas regiões.
II. Assim como ocorrera no século XVI, o Brasil continuou se destacando mundialmente como o maior produtor de açúcar no século XVII.
III. Com base numa ampla rede mercantil, a Holanda ampliou sua atuação comercial para a América e a Ásia.
IV. A grave crise do século XVII, manifestada essencialmente na esfera política, estagnou o crescimento econômico de nações, como a Holanda e a Inglaterra.
V. Apesar de sua conhecida mobilidade espacial, os mercadores judeus não participaram das redes de comércio do século XVII.
(BROOK, Timothy. O chapéu de Vermeer: O século XVII e o começo do mundo globalizado. Rio de Janeiro: Record, 2012. p. 31.)
Estão CORRETAS