Questão
Pontifícia Universidade Católica de Campinas - PUC Campinas
2015
Fase Única
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O ser senhor de engenho é título a que muitos aspiram, porque traz consigo o ser servido, obedecido e respeitado por muitos. E se for, qual deve ser, homem de cabedal e governo, bem se pode estimar no Brasil o ser senhor de engenho, quanto proporcionalmente se estimam os títulos entre os fidalgos do Reino (...)

Os escravos são as mãos e os pés do senhor de engenho, porque sem eles no Brasil não é possível fazer, conservar nem aumentar fazenda, nem ter engenho corrente.

(ANTONIL, André João. Cultura e opulência do Brasil por suas drogas e minas)

O trabalho escravo durante o período colonial, mencionado pelo jesuíta André João Antonil, foi essencial não apenas aos senhores de engenho como também aos donos de minas. No período da mineração, os escravos
A
controlavam o contrabando de ouro e diamantes, prática estimulada pelos portugueses proprietários da maioria das lavras, que pretendiam burlar a fiscalização empreendida com rigor pela elite local.
B
foram organizados em irmandades religiosas cujo objetivo era a catequese e a punição eficaz a qualquer prática herdada das religiões africanas ou forma de sincretismo cultural.
C
passaram a ser menos explorados, tratados de forma mais humana e não raramente remunerados, uma vez que dependia deles o sucesso da exploração dos minérios.
D
participaram de diversas rebeliões contra a Coroa que eram influenciadas pelos ideais iluministas, caso da Inconfidência Mineira, cuja maioria dos integrantes era negra e mulata.
E
alcançaram densidade populacional surpreendente na região de Minas Gerais, uma vez que os investimentos e as riquezas ali obtidas estimularam o aumento desse tipo de mão de obra e a intensificação do tráfico.