No seu livro Vigiar e punir: nascimento da prisão, o filósofo Michel Foucault detalha um terrível esquartejamento público ocorrido em 1757. Os detalhes impressionantes da tortura eram algo inusitado para uma obra filosófica. Quando, a partir do século XVIII, a execução pública foi substituída pelo encarceramento, mais uma vez ocorrem alterações significativas nas práticas sociais. Em vez de simplesmente destruir o criminoso, a sociedade assume o controle sobre ele — vigiando e punindo. Os condenados, que antes eram eliminados, passaram a ser confinados e “reformados”. Nasciam as prisões. Foucault irá demonstrar (com vários registros históricos) que várias mudanças culturais também ocorreram nesse período. Na Revolução Industrial, as fábricas passam a assumir características prisionais. No sistema judiciário nasce a preocupação de controlar e organizar não apenas o detento, mas também a vida pública com mais rigor e, finalmente, as escolas passaram a se parecer com os sistemas prisionais e com as fábricas.
(CARNEIRO, Alfredo. Michel Foucault – principais ideias e obras. In: NETMUNDI.ORG: filosofia, arte e cultura. Disponível em: https://www.netmundi.org/filosofia/2018/michel-foucault-principais-ideias-obras/. Acesso em: 25/05/2021)
No que diz respeito à formação do conceito de poder, o pensamento foucaultiano sustenta que