A sociedade brasileira organizou-se hierarquicamente pela cor da pele, ocupando os brancos o topo da hierarquia, os mulatos, mestiços e outros pardos, o meio, e os africanos escravizados, a base. [...] Os engenhos não criaram essas hierarquias, mas suas estruturas internas, com proprietários de origem europeia, trabalhadores coagidos, primeiro indígenas e depois africanos, e uma série de artesãos e outras posições ocupadas por brancos pobres, ex-escravos libertos e povos de origem mista, tendiam a reforçar e expor as estruturas constituintes da sociedade. Neste sentido, os engenhos foram ao mesmo tempo geradores e espelhos da sociedade brasileira durante a grande época açucareira.
(Stuart Schwartz. “O Nordeste açucareiro no Brasil colonial”. In: João Luís R. Fragoso e Maria de Fátima Gouvêa. O Brasil Colonial, 2018.)
O excerto relaciona os engenhos de açúcar do período colonial à