A sua ferocidade ultrapassa tudo: sulcam de profundas cicatrizes, com um ferro, as faces dos recém-nascidos para lhes destruir as raízes dos pelos; e desse modo crescem e envelhecem imberbes e sem graça, como eunucos. Têm o corpo atarracado, os membros robustos e a nuca grossa: a largura das costas fá-los assustadores . (...) Não põem pé em terra nem para comer nem para dormir e dormem deitados sobre o magro pescoço da montada, onde sonham à sua vontade. (..) Nenhum deles se for interrogado poderá dizer donde é natural, porque, concebido num lugar, nasceu já noutro ponto e foi educado mais longe.
(Descrição dos Hunos em Fernando Espinosa. Antologia de textos históricos medievais. Lisboa: SÁ da Costa, 1972, p. 4-6)
O temor aos “povos bárbaros” no Ocidente, no final da Antiguidade, era resultante, dentre outros fatores,