O tema da expulsão dos poetas da ‘cidade ideal’, proposto pelo personagem Sócrates, na República, tem gerado discussão e perplexidade ao longo da história da filosofia. O fundamento conceitual dessa expulsão é a hipótese das Ideias ou Formas. Por um lado, as Ideias são entidades eternas, que se constituem como verdadeiro ser, ser pleno, instaurando o âmbito ontológico do inteligível; por outro lado, tudo que pertence ao âmbito do imediato, circundante – o ‘nosso mundo’, âmbito do Sensível – é ‘menos ser’. A Ideia do Um, por exemplo, tem plenitude de ser, ao passo que todas as unidades dos seres (objetos, seres humanos, etc.) dependem de sua participação na Ideia do Um, para vigorar como unidades. As Ideias são eternas; os entes sensíveis são temporais, efêmeros e somente subsistem enquanto se dá a participação. A polis ideal construída por Sócrates deverá ser governada pelos filósofos, porque esses concentram-se na atenção ao Inteligível, sem se perder nos apelos do Sensível; e, ao imaginar esse governo, uma das exigências para a plenitude de justiça dessa cidade é a expulsão dos poetas, os ‘imitadores’.
Levando-se em conta essa base conceitual, tal como aqui apresentada, assinale a alternativa que explica CORRETAMENTE a expulsão dos poetas.