A tendência predominante até pouco tempo atrás era ver apenas a cidade como lugar onde as transformações acontecem, onde a história se faz. O campo era o espaço das “sobrevivências”, foco das “resistências” ao processo de modernização da sociedade brasileira. Hoje não é mais assim. (...) Um dos trabalhos mais relevantes sobre a nova ruralidade brasileira é o de João Marcos Alem. Ele aponta como se formou uma “rede simbólica da ruralidade”, que se apresenta no vestuário, no consumo de artesanato, na decoração rústica, ou seja, no consumo de símbolos do mundo rural. Essa rede se faz presente em exposições, feiras, festas, rodeios, eventos esportivos, cívicos, religiosos, e recebe reforço de programas de rádio e TV, da indústria fonográfica, de revistas, de suplementos de jornais e de peças publicitárias.
(OLIVEIRA, Lúcia Lippi. Do caipira picando fumo a Chitãozinho e Xororó, ou da roça ao rodeio. Revista USP, São Paulo. no. 59, p. 247-256)
A modernização da produção do rural, ou nova ruralidade, baseada na criação de uma “rede simbólica da ruralidade” pode ser explicada pela