Questão
Universidade Federal de Juiz de Fora - UFJF
2020
Fase Única
੦ Português
੦ Português
Gramática
Morfologia
Verbos
Significação a partir de construções verbais
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Discursiva
O texto a seguir é um relato biográfico sobre a escritora Júlia Lopes de Almeida, cuja morte completa, em 2019, 85 anos:

Júlia Lopes de Almeida

Júlia Valentina da Silveira Lopes de Almeida (Rio de Janeiro RJ 1862 - idem 1934). Contista, romancista, cronista, teatróloga. Ainda na infância, transfere-se com a família para Campinas, São Paulo. Inicia seu trabalho na imprensa aos 19 anos, em A Gazeta de Campinas, numa época em que a participação da mulher na vida intelectual é rara e incomum. Três anos depois, em 1884, começa a escrever também para o jornal carioca O País, numa colaboração que dura mais de três décadas. Mas é em Lisboa, para onde se muda em 1886, que se lança como escritora. Com sua irmã Adelina, publica Contos Infantis, em 1887. No ano seguinte, casa-se com o poeta e jornalista português Filinto de Almeida (1857 - 1945) e publica os contos de Traços e Iluminuras. De volta ao Brasil, em 1888, logo publica seu primeiro romance, Memórias de Marta, que sai em folhetins em O País. Sua atividade em jornais e revistas – Jornal do Commercio, A Semana, Ilustração Brasileira, Tribuna Liberal – é incessante, escrevendo sobre temas candentes, apoiando a Abolição e a República. Uma das primeiras romancistas brasileiras, sua produção literária é prolífica e abrange vários gêneros: conto, peça teatral, crônica e literatura infanto-juvenil. Seu estilo é marcado pela influência do Realismo e do Naturalismo francês, especialmente pelos contos de Guy de Maupassant (1850 - 1893) e romances de Émile Zola (1840 - 1902). A cidade do Rio de Janeiro, capital federal, em período de turbulência política e econômica, é o cenário mais amplo de suas ficções assim como o ambiente privado das famílias burguesas serve às tramas e à construção de seus personagens, caso do romance A Falência, lançado em 1901 – para muitos a sua obra mais importante. Júlia ainda obtém destaque no Brasil e no exterior em conferências e palestras sobre temas nacionais e sobre a mulher brasileira; participa ativamente de sociedades femininas no Rio de Janeiro. Reconhecida em sua atividade literária por seus pares contemporâneos, escreve também obras mais esperadas por uma mulher de sua época, como O Livro das Noivas e Maternidade, que alcançam grande sucesso de público, tanto quanto seus romances. Está entre os intelectuais que participam do planejamento e da criação da Academia Brasileira de Letras (ABL), da qual seu marido é fundador e ocupante da cadeira número 3. No entanto, por ser mulher, é impedida de ingressar na instituição. Entre 1913 e 1918 volta a viver em Portugal, e publica suas primeiras peças teatrais e um livro infantil com seu filho Afonso Lopes de Almeida. Na década seguinte, muda-se para Paris, onde alguns de seus textos são traduzidos e publicados.

(Texto adaptado. Disponível em https://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa443758/julia-lopes-de-almeida. Acesso em: 18/07/2019.)

Explique o uso do presente histórico empregado no texto acima.