Questão
Pontifícia Universidade Católica do Paraná - PUC-PR
2017
Fase Única
VER HISTÓRICO DE RESPOSTAS
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O texto a seguir faz parte de uma correspondência enviada por Mário de Andrade a Manuel Bandeira, em 26 de janeiro de 1935. 

(...) Não vá pra Cumbuquira “concertar” o fígado que você se estraga completamente! Isso acho que é demais. Apesar de suas razões que já conheço hoje, concertar com “c”, pra qualquer sentido da palavra está consagrado definitivamente. Vamos: me retruque que o “hontem”, o “geito” e o “pêcego” também estavam concertados definitivamente entre escritores e que então eu não devia concertá los. Você está certo, mas a minha resposta é o “brinque-se”! Por enquanto. Porque se vier uma nova reforma ortográfica mandando distinguir definitivamente consertar e concertar, assim farei em nome da minha desindividualização teórica. 

Mundo Jovem, ed. 466, maio/2016, p. 21. 

A variação linguística interfere na produção de sentidos dos textos. No trecho da correspondência de Mário de Andrade, ele argumenta a favor 
A
da permissão do uso indiscriminado da grafia das palavras, já que a variação das línguas com o passar do tempo pode gerar prejuízos de significado. 
B
da antecipação de uma grafia unificadora para palavras com mesmo significado, antecipando-se a uma possível reforma ortográfica.
C
da combinação entre grafia e pronúncia, incentivando os falantes a estabelecerem uma relação de representação mais uniforme dos sons. 
D
da prevalência do uso que os indivíduos fazem da língua em relação ao poder coercitivo das regras ortográficas, até que seja possível.
E
do abandono de marcas etimológicas na grafia das palavras, a fim de atualizar o registro escrito da língua antes de uma reforma ortográfica.