Nos últimos decênios transformações culturais profundas arrancaram os últimos alicerces monárquicos. A família extensa hierárquica, aquele microcosmo da realeza, erodiu-se. O casamento monogâmico obrigatório e o autoritarismo paterno entraram em crise, ao menos no Ocidente, embora o machismo persista. A atual família real sueca descende de um general de Napoleão Bonaparte e a atual herdeira do trono sueco casou-se com seu personal trainer. A Rainha Consorte da Holanda é filha de um ministro da ditadura argentina. A princesa Martha Louise da Noruega anunciou noivado com o americano Durek Verrett, charlatão espiritualista que denunciou a própria ex-mulher para deportação. A futura Rainha da Noruega é plebeia e mãe solteira, o que não tem nada de errado para pessoas comuns. Mas não é o que se espera de uma instituição retrógrada como a Monarquia. Ou talvez seja exatamente isso?
(Secco, Lincoln. As monarquias contemporâneas. Disponível em: https://aterraeredonda.com.br/as-monarquias-contemporaneas/).
A reflexão do historiador Lincoln Secco (USP) questiona qual base estruturante do conceito de monarquia