Na verdade, os datilógrafos providenciavam as cópias de um documento redigido por Golbery do Couto e Silva. Distribuídos aos quartéis e à imprensa na manhã do dia seguinte, os papéis levavam as assinaturas de Costa e Silva, Décio Palmeiro de Escobar e Castello Branco, sob o título “Manifesto dos generais da Guanabara”: “Em ostensivo conluio com notórios elementos comunistas, [...] o presidente João Goulart vem-se colocando na mais flagrante ilegalidade, através de sucessivos atentados à prática justa do regime democrático”, dizia o texto, que por quatro vezes repetiria a cantilena da preservação da democracia como justificativa para o golpe. (...) “Coesos e unidos, restauremos a legalidade, como é o nosso dever, assegurando a plena vigência do regime democrático”, prometia o manifesto, datado do dia 1º de abril.
Adaptado de LIRA NETO. Castello: a marcha para a ditadura. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.
O golpe de Estado que depôs o presidente João Goulart em 1964 foi articulado sob a justificativa de que as ações do presidente ameaçavam a democracia.
Nesse contexto, o combate ao comunismo tinha a função de