Na virada de 1849 para 1850, o Brasil foi abalado pela chegada do devastador vírus da febre amarela, que avançou sem piedade sobre as grandes cidades do litoral. Navios que viajavam da Europa para o Uruguai e a Argentina pararam de fazer escala no Brasil.

Em abril de 1850, no Rio de Janeiro, o senador e ex-ministro do Império Bernardo Pereira de Vasconcellos (MG) garantiu que a doença não era assim tão perigosa: “Eu estou convencido de que se tem apoderado da população do Rio de Janeiro um terror demasiado e que a epidemia não é tão danosa como se têm persuadido muitos. Talvez fosse mais conveniente que o Governo não tivesse criado lazaretos [hospitais de isolamento] e feito tanto escarcéu.”
Duas semanas após fazer esse discurso, o senador Vasconcellos morreu — de febre amarela.
Adaptado de elpais-com.cdn.ampproject.org, 07/06/2020.

Febre Amarela – Exº Sr Ministro do Império, estou-lhe muito agradecida. Já faço uma colheita de 80 a 100 por dia graças ao seu valioso auxílio.
Ministro do Império – Exª Srª Febre Amarela, é para mim bastante lisonjeiro este seu agradecimento, mas observo-lhe que não deve esquecer-se dos meus aliados: a Ilustríssima Camara Municipal e a Junta de Higiene que muito me coajudam nessa árdua tarefa.
Adaptado de Revista Illustrada, 1876.
memoria.bn.br
As epidemias de febre amarela assolaram diversos países e regiões ao longo do século XIX. No Brasil, como indicado no texto e na charge, epidemias dessa doença ocorreram, por exemplo, em 1850 e 1876.
Identifique uma motivação dos dirigentes imperiais brasileiros para minimizar os danos causados, à época, pelas epidemias de febre amarela. Em seguida, tendo em vista a recente pandemia de covid-19, apresente uma das ações do governo federal, de 2019 a 2022, comparáveis ao pronunciamento do senador Vasconcellos.