HIV: desenvolva repertórios socioculturais para o vestibular

HIV: desenvolva repertórios socioculturais para o vestibular

Desde a chegada do vírus no Brasil, há 43 anos, foram registrados mais de 1 milhão de infecções; confira tudo o que você precisa saber sobre o HIV na hora das provas

HIV é a sigla em inglês para “Vírus da Imunodeficiência Humana”. Trata-se de um retrovírus, classificado na subfamília dos Lentiviridae, que possuem características comuns entre si, como período de incubação prolongado antes do surgimento dos sintomas da doença, infecção das células do sangue e do sistema nervoso e supressão do sistema imune.

Assim, o HIV ataca o sistema imunológico, que é o responsável por proteger o corpo de doenças — em especial os linfócitos T CD4+, que são os glóbulos brancos —, altera o DNA das células, fazendo cópias de si mesmo e rompendo os linfócitos para se espalhar e continuar a infecção. 

Agora que você já sabe o que é o vírus, entenda mais detalhes sobre ele no texto a seguir e desenvolva repertórios socioculturais sobre HIV para o vestibular:

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Como o HIV surgiu?

Não há consenso sobre o surgimento do vírus HIV, entretanto, a hipótese mais aceita é que ele venha de uma variante do Vírus da Imunodeficiência Símia (SIV, na siglas em inglês), que infecta chimpanzés e macacos-verdes nas regiões da África Central e Ocidental.

Nesse cenário, o SIV foi transmitido aos humanos através do sangue contaminado dos primatas, em caçadas e no consumo de carne infectada. Uma vez no organismo humano, o vírus se adaptou, dando origem ao HIV.

Quais doenças o HIV pode causar?

O HIV é o vírus responsável por causar a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids, na sigla em inglês), doença que acomete o corpo humano durante a terceira fase da infecção pelo micro-organismo. 

A primeira fase é quando ocorre a incubação do vírus (também chamada de infecção aguda), que é o intervalo entre o primeiro contato e a manifestação dos sintomas. Esse período varia de três a seis semanas, enquanto o sistema imunológico precisa de 30 a 60 dias para produzir anticorpos contra o HIV. 

Com os anticorpos prontos, o organismo começa a combater as constantes mutações do vírus, em um período que pode durar anos e é chamado de assintomático. Ainda assim, o sistema imune não enfraquece o suficiente para ficar suscetível a outras doenças.

Na terceira fase da infecção, os constantes ataques do HIV fazem com que o organismo perca boa parte de seus linfócitos T CD4+ e que as células de defesa passem a funcionar com menos eficiência até serem totalmente destruídas.

É nessa fase mais grave da infecção que surge a doença chamada aids. Com a baixa imunidade de anos de exposição ao HIV, o corpo fica vulnerável às chamadas “doenças oportunistas”. 

Pacientes que chegam nesse estágio sem ciência da infecção e sem tratamento  médico podem sofrer de hepatites virais, tuberculose, pneumonia, toxoplasmose e alguns tipos de câncer, correndo risco de vida.

Importante:

Ter HIV não é o mesmo que ter aids. Há muitas pessoas que vivem com HIV e passam anos sem apresentar sintomas e sem desenvolver a doença.

Como o vírus HIV é transmitido?

A forma mais conhecida de transmissão do HIV é pelo sexo desprotegido, mas ela também pode acontecer de outras maneiras. Conheça todas:

  • Uso de seringa por mais de uma pessoa;
  • Transfusão de sangue contaminado;
  • Da mãe infectada para seu filho durante a gravidez, no parto e na amamentação;
  • Instrumentos que furam ou cortam não esterilizados;
  • Sexo vaginal, anal ou oral sem camisinha.

Por outro lado, há também muitos mitos que envolvem o processo de transmissão do HIV. Veja situações em que NÃO é possível acontecer a contaminação pelo vírus:

  • Sexo, desde que se use corretamente a camisinha;
  • Masturbação a dois;
  • Beijo no rosto ou na boca;
  • Suor e lágrimas;
  • Picada de inseto;
  • Aperto de mão ou abraço;
  • Sabonete/toalha/lençóis;
  • Talheres/copos;
  • Assento de ônibus;
  • Piscina;
  • Banheiro;
  • Doação de sangue;
  • Pelo ar.

Fonte: Secretaria de Saúde do Estado do Paraná.


Como prevenir e tratar doenças causadas pelo HIV?

As formas mais eficazes de prevenção da infecção pelo HIV é não compartilhar objetos de uso pessoal, como as seringas; ou sem esterilização, como aqueles que furam e cortam; ter relações sexuais usando preservativos e realizar o pré-natal corretamente durante uma gravidez.

Ao passar por alguma situação com risco de infecção, é importante procurar um serviço de saúde, realizar o teste de HIV e dar início a Profilaxia Pós-Exposição (PEP) em até 72 horas.

Já no tratamento, existem medicamentos anti-retrovirais de uso combinado que aumentam o número de linfócitos T CD4+ e reduzem a carga viral no organismo. Assim, a progressão da doença diminui junto com o risco de infecção por doenças oportunistas, levando a uma redução da mortalidade do paciente e uma melhora na sua qualidade de vida.

Dados sobre HIV no Brasil

De acordo com o Ministério da Saúde, desde a notificação do primeiro caso de aids, em 1980, até junho de 2022, foram detectados 1.088.536 casos da doença no Brasil.

Entre os anos de 2011 e 2021, mais de 52 mil jovens de 15 a 24 anos infectados com o HIV tiveram seu quadro de saúde agravado para aids. Em 2021, 40,8 mil casos de HIV e outros 35,2 mil casos de aids foram notificados no Brasil por meio do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), de acordo com o Boletim Epidemiológico de HIV/aids de 2022.

Ainda em 2021, mais de 11 mil mortes foram registradas no Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) em decorrência do agravo do HIV para aids, com uma taxa de mortalidade padronizada de 4,2 óbitos por 100 mil habitantes, índice que sofreu decréscimo de 26,4% entre 2014 e 2021.

Políticas públicas de combate ao HIV

O Brasil, através do Sistema Único de Saúde (SUS), é um dos poucos países no mundo que financia integralmente o tratamento de pacientes com aids. Além disso, o SUS também distribui preservativos e realiza testes de infecção gratuitamente.

O Ministério da Saúde ainda é responsável por campanhas como a do carnaval 2023, que fazendo alusão ao fim das restrições pela pandemia de Covid-19, recebeu o nome de “Voltou o carnaval e com camisinha a alegria é geral“.

O dia 1º de dezembro também foi escolhido pelo Ministério da Saúde como Dia Mundial de Combate à Aids, com a campanha chamada “Dezembro Vermelho”, instituída pela Lei nº 13.504/2017, que é constituída por um conjunto de atividades e mobilizações relacionadas ao enfrentamento ao HIV/aids e às demais Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs).

Filmes e séries sobre HIV

Confira algumas obras que tratam sobre HIV, aids, e a vida de pessoas portadoras do vírus e da doença:

Código de Honra (2011)

O filme baseado em fatos conta a história de Vicky (Vinessa Shaw), uma enfermeira que se infecta com HIV acidentalmente no trabalho e começa sua busca por maneiras de impedir que isso aconteça com outras pessoas.

Com a ajuda de um engenheiro, ela desenvolve um tipo de agulha que evita acidentes como o dela. Com a falta de interesse na invenção por parte dos serviços de saúde, os advogados Mike (Chris Evans) e Paul (Mark Kassen) decidem levar o caso à Justiça.

The Normal Heart (2014)

Ambientado nos Estados Unidos durante os anos 1980, o longa-metragem trata da proliferação do vírus HIV no país. Com a maioria das vítimas sendo homossexuais, a aids logo passa a ser conhecida como “Câncer Gay” e por preconceito não recebe a devida atenção do governo e das autoridades de saúde.

Inconformado com o descaso, o escritor Ned Weeks (Mark Ruffalo) começa uma campanha de conscientização da população e consegue ajuda da médica Emma Brokner (Julia Roberts).

Pose (2018 – 2021)

A série de três temporadas se passa nos anos 1980 e acompanha a protagonista Blanca Evangelista (MJ Rodriguez), uma mulher transexual e portadora de HIV que possui uma casa onde acolhe jovens LGBTQIA+ e sonha em abrir um salão de beleza bem sucedido. 

A trama trata de bailes e cultura LGBTQIA+ nos anos 80, marginalização e preconceito contra essa população e a epidemia de aids nos Estados Unidos durante esse período.

Cartas Para Além dos Muros (2019)

Documentário que mostra, através de entrevistas com médicos, pessoas que vivem com HIV e ativistas sobre o tema, a trajetória histórica do vírus e da aids no Brasil, passando pela epidemia das décadas de 1980 e 1990, até os dias atuais.

Com o filme, o diretor propõe reflexões sobre a evolução nos tratamentos, além dos desafios e estigmas que os portadores de HIV ainda enfrentam. 

Questões sobre HIV

Confira como o tema já apareceu nas provas e saiba como direcionar seus estudos:

Universidade do Oeste do Paraná (Unioeste) 2016

CASOS DE ADOLESCENTES CONTAMINADOS PELO HIV TRIPLICAM EM SÃO PAULO

Usar remédios antes da infecção é estratégia eficiente na luta contra a Aids. Em 2016, o Ministério da Saúde deve apresentar um protocolo como esse.

O Bem Estar desta segunda (30) falou sobre a importância dos remédios para prevenir doenças, principalmente na luta contra a Aids. Nosso consultor e infectologista, Caio Rosenthal, e a chefe do laboratório de Pesquisa Clínica em DST e Aids da Fundação Oswaldo Cruz, Beatriz Grnsztjn, explicaram como funcionam os tratamentos e a prevenção contra o vírus do HIV. 

Usar remédios contra o HIV antes da infecção é uma estratégia eficiente na luta contra a Aids e que começa a ser adotada pelos governos. O Brasil também poderá adotar. A previsão é que já no próximo ano, o Ministério da Saúde apresente um protocolo nesse sentido e peça autorização à Anvisa para usar um antirretroviral como prevenção ao HIV.

O uso de medicamentos contra o HIV, antes de se expor ao vírus, comprovou ser eficaz em 99% dos casos em pessoas mais vulneráveis. Trata-se de uma estratégia conhecida como PREP, de profilaxia pré-exposição. É por isso que alguns países, inclusive o Brasil, já discutem incorporar essa estratégia no arsenal contra o HIV. A ideia é proteger casais soro discordantes (um tem HIV e outro não), por exemplo, entre outros grupos mais vulneráveis, que serão avaliados caso a caso pelos serviços de saúde.

Todo mundo que faz sexo tem algum risco. Algumas pessoas têm mais risco em determinados momentos da vida. Homens jovens que fazem sexo com homens e usuários de drogas injetáveis são hoje a população mais vulnerável ao HIV no Brasil. Na África, mulheres jovens heterossexuais também estão entre as mais vulneráveis. 

Depois da exposição. 

A PEP é a profilaxia pós-exposição, ofertada a pessoas mais vulneráveis, incluindo as que em situações determinadas fizeram sexo sem camisinha. Nela, o remédio chega em até 72h após o vírus e o contém. Já na PREP, o remédio chega antes ainda do vírus. No tratamento normal, o remédio reduz a carga viral a níveis indetectáveis, mas o vírus não é eliminado. 

Testar e tratar. 

A meta no Brasil é a chamada 90-90-90: diagnosticar 90% dos casos, tratar 90% dos casos e suprimir a carga viral em 90% dos casos. Diagnóstico e carga viral já superaram os 85%.

Desde 2013, o Brasil trata todas as pessoas com HIV, algo que a OMS só recomendou agora. É muito importante fazer o teste de HIV, que é gratuito e sigiloso. Quanto mais cedo a pessoa sabe, mais cedo começa a tratar e menos risco há de desenvolver o quadro de Aids e maiores as chances de reduzir a carga viral a níveis indetectáveis.

(Texto adaptado do G1, em São Paulo, edição do dia 30/11/2015)

Sobre o HIV/Aids, somente NÃO é possível afirmar que:

A) o teste de HIV é gratuito e sigiloso.

B) usar remédios contra o HIV antes da infecção é uma estratégia eficiente na luta contra a doença.

C) quanto mais cedo a pessoa sabe, maiores as chances de reduzir a carga viral a níveis indetectáveis.

D) quanto mais cedo a pessoa sabe, menos risco há de desenvolver o quadro de Aids, porque começa o tratamento mais cedo.

E) homens jovens que fazem sexo com homens e são usuários de drogas injetáveis são hoje a população mais vulnerável.

Resolução: A alternativa E está correta.

Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) 2008

Analise o gráfico:

O HIV, vírus causador da AIDS (síndrome da imunodeficiência adquirida), ataca principalmente um tipo de célula denominado linfócito CD4. No gráfico, Z indica a quantidade de ……… e Y, a quantidade de ……… no sangue de um portador que não recebeu tratamento ao longo da infecção. Os tratamentos da AIDS, que ainda não tem cura, incluem drogas que, entre outras ações, interrompem a síntese de ácidos nucléicos. No caso do HIV, portanto, em última instância será interrompida a síntese de ……… a partir do ……… viral.

As palavras que completam corretamente as lacunas do texto são, respectivamente:

A) HIV, linfócitos CD4, RNA e DNA.

B) HIV, linfócitos CD4, DNA e RNA.

C) HIV, linfócitos CD4, proteínas e DNA.

D) linfócitos CD4, HIV, DNA e RNA.

E) linfócitos CD4, HIV, proteínas e RNA.

Resolução: A alternativa B está correta.

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