Novembro é o mês em que começa uma bateria de provas e vestibulares de várias universidades do Brasil. É também o mês do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), maior do País. O preparo psicológico é fundamental para enfrentar o vestibular e obter sucesso após tanto tempo de dedicação.
Conforme as provas se aproximam, é natural o aumento da ansiedade, que pode ser muito prejudicial nesse período. Para te ajudar a se preparar psicologicamente para as provas, preparamos esse artigo com dicas valiosas.
Conversamos com a psicóloga e orientadora vocacional do Estratégia Vestibulares, Maria Fernanda Alves. Ela também já falou por aqui sobre como escolher o curso de graduação e sobre como diminuir a procrastinação durante os estudos.
Aqui no Estratégia, levamos sua saúde mental muito a sério, por isso, fique atento aos nossos textos com dicas e orientações.
Nessa época do ano, é comum que a ansiedade aumente, afinal, trata-se do momento para o qual tem se preparado e dedicado tanto. No entanto, é importante lembrar: sem um cuidado emocional, mental e físico fica muito difícil aplicar tudo o que foi aprendido durante o ano em sua prova. Por isso, é necessário manejo emocional para estar bem no momento de encarar o vestibular. Vamos lá?
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Antes de mais nada: vestibular não é só sobre estudar
A essa altura pode parecer estranha uma afirmação dessas, mas temos falado bastante sobre isso nos conteúdos do Estratégia. Claro que estudar é essencial, mas antes de mergulhar nos materiais é preciso saber o que se está estudando e para o que se está estudando.
É por isso que cada prova exige uma estratégia e um foco diferente. O preparo psicológico para o vestibular passa pela compreensão do processo como um todo.
Além disso, existem vários métodos de estudo: é preciso encontrar aquele que melhor funciona para você e saber como será a prova a ser enfrentada traz conforto à mente. Do mesmo jeito que estudamos o conteúdo o ano todo, temos que conhecer a prova — é pra isso que existem os simulados — e preparar o psicológico para o dia do exame.
“Nem sempre o candidato que ficou mais horas estudando é aquele que vai conseguir aprovação. Muitas vezes esses candidatos, por mais bem preparados que estejam, se ficam nervosos no momento do exame, podem acabar não conseguindo relacionar os conhecimentos para poder responder às questões”, explica Maria Fernanda.
O estudo direcionado e a simulação do ambiente de prova faz com que a mente se acostume a estar naquela situação. Ou seja, o treinamento é tão importante quanto o estudo. Tão importante quanto esses outros dois é a saúde física, mental e emocional.
Corpo são, mente sã: o caminho para o preparo psicológico
Se agora já sabemos que o treinamento e a simulação do ambiente de prova em conjunto com um estudo direcionado é uma boa estratégia, uma outra é a consciência de que não se trata apenas de ficar horas com a cara nos livros, especialmente na reta final da prova.
Um bom preparo psicológico para o vestibular é o que sabe respeitar o corpo, a mente e os limites de nós mesmos. Como faz isso? Com o básico.
Quantas vezes você já ouviu falar sobre a necessidade de comer e dormir bem, ter pausas, momentos de interação social, de prazer, atividade física, etc.? É tão repetitivo porque também é muito ignorado pela maioria, que subestima a potência de uma rotina saudável para o desempenho mental.
Para o atleta, essa relação fica mais direta: dificilmente você vai ver um corredor de maratona correr a mesma quilometragem no dia anterior a sua competição. Também não verá um nadador comer uma feijoada antes de disputar uma medalha olímpica. Então, por que estudantes acham que estudar à exaustão na véspera é uma boa estratégia?
“Existe um mito que diz que o estudante que será aprovado é aquele que abandona tudo na vida e fica o dia inteiro no quarto estudando e mal levanta para se alimentar. Isso é um mito”, afirma Maria Fernanda.
A psicóloga também explica que o corpo precisa de tempo para recarregar e atingir o seu máximo potencial. Por isso, ela aconselha: “não abandone por completo a vida de vocês, isso é uma das dicas que ajuda a reduzir a pressão e a ansiedade no dia da prova”.
Tudo isso, tem a ver com o que a especialista chama de manejo emocional, fundamental para o preparo psicológico para o vestibular. Existem técnicas a longo, médio e curto prazo. Nesse artigo, estamos focando naquilo que pode ser feito a curto prazo, já que as provas estão acontecendo.
Se já vai fazer a prova, leia esse tópico
Está chegando o dia da prova e você está se perguntando o que poderia ter feito e não fez, quais conteúdos poderia ter estudado e se culpando por aquilo que não conseguiu fazer. Se esse for o seu caso (a gente espera que não), cuidado com essa armadilha mental: é a sua ansiedade falando mais alto.
Um bom psicológico para o vestibular sabe que é preciso confiar no trabalho que foi feito e lembrar que, dentro das suas possibilidades, você fez o melhor e que, mesmo que pareça difícil, ainda dá tempo de tentar. Como? Bom, a dica da psicóloga é: focar na revisão e em melhorar aquilo que já se sabe.
“Quando você pega algo novo para estudar que você não estudou antes e você não consegue desenvolver, pode ser que dê uma minada na autoconfiança. Então não vai dar tempo de aprender algum conceito do zero. Vale mais a pena revisar aquilo que já estudou, videoaulas, simulados”, indica.
Ou seja, não significa que não dá pra estudar de véspera, mas, como já falamos, é preciso saber o que está se estudando e para quê. Cair na ansiedade de “correr atrás” daquilo que não se aprendeu, como uma matéria inteira que se tem dificuldade, é uma armadilha que deve ser evitada. A chance de ir bem aceitando as limitações é maior do que lutar contra elas e ficar em negação até o momento da prova.
Na reta final é preciso diminuir o ritmo
Diminuir o ritmo não significa parar de estudar, significa dar ao seu corpo e mente tempo para descansar, recarregar e processar o conteúdo para ser aplicado na prova. Não subestime o poder dos hábitos saudáveis como aliados do bom desempenho no vestibular. Compreender isso é um dos principais passos para um psicológico bem preparado para o vestibular.
É o que indica Maria Fernanda: “na reta final somam-se o nervosismo, a má alimentação e a privação do sono. Por isso, é importante ligar um alerta para descansar mais, ter mais momentos de lazer para abaixar a ansiedade e encontrar atividades que acalmam. Pode ser atividade física, uma série”.
Intercalar revisões de véspera, premonições e outras formas de revisão podem ser muito úteis para manter o conteúdo mais fresco e afiado para a prova, mas isso deve ser feito com a intensificação de uma rotina saudável, que dê condições ao corpo e à mente para uma prova bem feita.
O psicológico bem preparado para o vestibular
O vestibular é muito mais que uma prova, significa para milhões de estudantes a conquista de um sonho, de um objetivo, de uma vitória. Não há nada de errado em lutar pela aprovação, mas é preciso ter pé no chão.
Por isso, a psicóloga alerta: “muitos jovens se resumem a um resultado de vestibular: se sou aprovado, sou um sucesso, se sou reprovado sou um completo fracasso. Porém, a gente sabe que o vestibular é muito concorrido, que não há vagas suficientes para todos, são vários fatores além do estudo”, explica.
Ela lembra que a aprovação não é medidor de esforço e nem é possível quantificar a dedicação de cada um pela aprovação. A aprovação depende de muitas variáveis, dentre elas “uma relação saudável, com o vestibular e mais clareza sobre o que ele significa”, defende. A psicóloga afirma ainda que é preciso mudar “relação de tudo ou nada” com a prova, pois é isso que é a origem das pressões que levam ao nervosismo.
É justamente por ser essa a origem do nervosismo e da ansiedade, que muitas vezes é o que prejudica o desempenho na hora da prova, que Maria Fernanda aconselha: “Sempre é bom reservar um tempo para conversar com os amigos, assistir as séries que gosta, não abandonar a família. É saber controlar o tempo na agenda para espaços de interação e lazer, para ficar mais leve. Se o estudante cumprir bem o tempo para estudar, ele consegue”, explica.
Não se esqueça: dá pra tentar de novo
E mesmo se não der, Maria Fernanda lembra que a vida é muito mais do que a instituição ou a prova. Se estiver com pensamento fixo, a ponto de atrapalhar muito o momento da prova, com sintomas físicos e o chamado “branco”, é muito importante buscar ajuda profissional. É ele quem vai saber indicar o melhor preparo psicológico para o vestibular.
É com qualidade de tempo, de vida e com hábitos saudáveis que é possível otimizar tudo o que foi estudado e seguir todas as dicas e conselhos dos professores. Lembre-se: todo ano dá pra tentar, é muito importante persistir e lutar com sabedoria pela vaga dos sonhos. Para isso, o Estratégia vai estar com você. Uma boa prova!
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