Angela Yvonne Davis nasceu em Birmingham, Alabama, Estados Unidos, em 26 de janeiro de 1944. É uma filósofa, professora universitária, escritora e ativista política. Nascida no sul segregado dos Estados Unidos, em uma região conhecida como “Dynamite Hill” devido aos frequentes ataques a bomba da Ku Klux Klan contra famílias negras, Davis construiu uma trajetória acadêmica de excelência. Estudou na Sorbonne, em Paris, e na Universidade de Frankfurt, na Alemanha, onde foi aluna de Herbert Marcuse, um dos principais expoentes da Teoria Crítica da Escola de Frankfurt.
Principais Contribuições e Ativismo
A vida de Angela Davis mescla a produção intelectual rigorosa com a ação política direta. Na década de 1970, ela se tornou um símbolo mundial de resistência após ser colocada na lista dos dez fugitivos mais procurados pelo FBI e presa, acusada de envolvimento em uma tentativa de fuga de prisioneiros (o caso dos Irmãos Soledad). A campanha global “Libertem Angela Davis” (Free Angela) mobilizou artistas e intelectuais em todo o mundo, culminando em sua absolvição em 1972.
Sua obra teórica é pioneira na abordagem da interseccionalidade. Em seu livro clássico “Mulheres, Raça e Classe” (1981), Davis analisa como esses três sistemas de opressão operam simultaneamente, criticando o movimento sufragista e o feminismo branco por frequentemente excluírem as mulheres negras e trabalhadoras de suas pautas. Além disso, Davis é a principal teórica do abolicionismo penal. Em obras como “As Prisões Estão Obsoletas?”, ela argumenta que o sistema carcerário (o complexo industrial-prisional) não resolve problemas de segurança pública, mas funciona como uma ferramenta econômica e racial para gerir a pobreza e perpetuar a escravidão de formas modernas.
Relevância
A relevância de Angela Davis para o ENEM e vestibulares é central nas áreas de Sociologia, História e Filosofia. Ela é a referência máxima para o estudo do Feminismo Negro, dos Direitos Civis nos EUA e da crítica ao encarceramento em massa. Seus conceitos permitem ao estudante analisar a sociedade para além das divisões simples, compreendendo como o racismo, o sexismo e o capitalismo se articulam para criar desigualdades estruturais.
