Clara Zetkin

Clara Zetkin

Clara Zetkin (nascida Clara Josephine Eissner) nasceu em Wiederau, Reino da Saxônia (atual Alemanha), em 5 de julho de 1857, e faleceu em Arkhangelskoye, perto de Moscou, União Soviética, em 20 de junho de 1933. Foi uma professora, jornalista e política marxista alemã, sendo uma das figuras mais proeminentes da história do movimento operário e do feminismo socialista. Devido à sua atuação política, viveu períodos de exílio na Suíça e na França, retornando à Alemanha para se tornar uma das fundadoras do Partido Comunista da Alemanha (KPD).

Principais Contribuições e Luta Política

A vida de Clara Zetkin foi dedicada à organização das mulheres trabalhadoras e à luta contra o capitalismo e o fascismo. Sua visão do feminismo era intrinsecamente ligada à luta de classes; ela acreditava que a libertação da mulher só seria plenamente alcançada com a derrubada do sistema capitalista, diferenciando-se do feminismo burguês que focava apenas no direito ao voto.

Sua contribuição mais duradoura e mundialmente reconhecida ocorreu em 1910, durante a II Conferência Internacional das Mulheres Socialistas, em Copenhague. Foi lá que Clara Zetkin propôs a criação de um Dia Internacional da Mulher, uma data anual de mobilização pelo sufrágio feminino e pelos direitos trabalhistas. A proposta foi aprovada por unanimidade por mais de 100 mulheres de 17 países, dando origem às celebrações que mais tarde se fixariam no dia 8 de março.

Além da causa feminina, Zetkin foi uma pacifista radical. Durante a Primeira Guerra Mundial, rompeu com seu antigo partido (o SPD), que apoiou o esforço de guerra, e uniu-se a sua amiga Rosa Luxemburgo na Liga Espartaquista, opondo-se ao conflito. Em um de seus últimos atos políticos notáveis, em 1932, na condição de presidente honorária do Reichstag (parlamento alemão) por ser a deputada mais idosa, ela fez um discurso histórico apelando para a união de todos os trabalhadores contra a ameaça do nazismo, pouco antes de Hitler tomar o poder total.

Relevância

A relevância de Clara Zetkin para o ENEM e vestibulares é fundamental para compreender a História do Feminismo e dos Movimentos Sociais. Ela é a chave para desmistificar a origem do Dia Internacional da Mulher, frequentemente associada apenas a incêndios em fábricas, reconectando a data à sua origem política e socialista de luta por direitos trabalhistas e voto universal. Sua trajetória também é essencial para estudar a República de Weimar, a ascensão do nazifascismo e as divisões dentro da esquerda europeia no século XX.