Euclides Rodrigues da Cunha nasceu em Cantagalo, Rio de Janeiro, Brasil, em 20 de janeiro de 1866, e foi assassinado no Rio de Janeiro, em 15 de agosto de 1909. Foi um escritor, jornalista, engenheiro militar e sociólogo brasileiro, considerado um dos maiores nomes da literatura nacional. Sua obra é notável por fundir a precisão científica com a força literária, sendo um expoente do Pré-Modernismo brasileiro.
Principais Obras e Contribuições
A vida e a obra de Euclides da Cunha estão intrinsecamente ligadas ao evento que ele cobriu como correspondente do jornal O Estado de S. Paulo: a Guerra de Canudos (1896-1897), na Bahia.
- Os Sertões (1902): É sua obra-prima e um marco da literatura e do pensamento sociológico brasileiro. O livro não é apenas um relato histórico-jornalístico do conflito de Canudos, mas uma profunda análise científica e literária do sertão nordestino e de seus habitantes. A estrutura da obra reflete sua abordagem:
- A Terra: Análise da geografia e geologia do sertão.
- O Homem: Descrição do sertanejo, sua origem, cultura e adaptação ao meio ambiente.
- A Luta: O relato da guerra em si, que ele critica duramente como um erro militar e um crime da República contra sua própria gente.
- Estilo e Movimento Literário: A obra de Euclides da Cunha é classificada como Pré-Modernista, caracterizada pela fusão de diferentes linguagens. Sua prosa é marcadamente científica (com influências do Naturalismo, do Determinismo e do Positivismo), mas possui um estilo erudito e épico que lhe confere grande valor literário. Ele buscava explicar o Brasil a partir de bases científicas, defendendo a tese de que “o sertanejo é, antes de tudo, um forte”, contrastando com a visão da elite litorânea.
- Outras Contribuições: Além de Os Sertões, ele foi autor de ensaios e artigos reunidos em obras como “Contrastes e Confrontos” (1907) e “À Margem da História” (póstumo).
Contexto Histórico e Morte
O trabalho de Euclides da Cunha ocorre no contexto da recém-proclamada República no Brasil e do desejo de integrar o interior do país. Os Sertões forçou a elite do Rio de Janeiro a olhar para a realidade brutal do Nordeste e questionar a exclusão social e a violência do Estado. Sua vida terminou tragicamente no episódio conhecido como a Tragédia da Piedade, onde ele foi assassinado pelo cadete Dilermando de Assis, amante de sua esposa, Anna.
Relevância
A relevância de Euclides da Cunha é imensa, sendo essencial para a Literatura Brasileira e a História Social. Sua obra é obrigatória para o estudo do Nordeste brasileiro, da formação da identidade nacional, da crítica ao militarismo republicano e da análise das desigualdades regionais, sendo frequentemente tema de questões interdisciplinares no ENEM e vestibulares.