Gordofobia é uma forma de discriminação e preconceito social, estrutural e institucionalizada direcionada a pessoas gordas. Essa aversão manifesta-se pelo repúdio, estigmatização, hostilização e exclusão social de indivíduos com corpos fora do padrão de magreza, frequentemente disfarçada de uma preocupação moral ou sanitária com a saúde alheia. O termo designa não apenas atitudes individuais de rejeição, mas um sistema cultural que associa a magreza a valores positivos (sucesso, disciplina, beleza) e o corpo gordo a falhas de caráter (preguiça, desleixo, doença).
A discriminação gordofóbica é sistêmica e permeia diversas esferas da vida cotidiana. No ambiente de trabalho, pode resultar em barreiras de contratação e menores salários; na infraestrutura urbana e em espaços privados, revela-se na falta de acessibilidade (como em assentos de transporte, macas hospitalares e catracas inadequadas). Na área da saúde, a “gordofobia médica” ocorre quando profissionais negligenciam queixas legítimas ou deixam de investigar sintomas, atribuindo qualquer problema de saúde exclusivamente ao peso do paciente, o que dificulta o acesso a tratamentos adequados.
As consequências desse estigma são severas e impactam profundamente a integridade das pessoas atingidas. A exposição contínua ao preconceito gera sofrimento psíquico, podendo desencadear transtornos de imagem, depressão, ansiedade, isolamento social e transtornos alimentares. O combate à gordofobia exige o reconhecimento da diversidade corporal como um direito humano e a dissociação da ideia de que o peso corporal é o único determinante de saúde ou valor pessoal.
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