Jane Austen nasceu em Steventon, Hampshire, Inglaterra, a 16 de dezembro de 1775, e faleceu em Winchester, a 18 de julho de 1817. Foi uma romancista inglesa, situada na transição entre o neoclassicismo e o romantismo. A sua vida pessoal foi discreta e dedicada à família, contrastando com a observação aguda e socialmente abrangente presente nas suas obras. Durante a sua vida, publicou os seus livros anonimamente, assinando apenas como “Uma Senhora” (A Lady), e o reconhecimento global do seu génio literário ocorreu principalmente de forma póstuma.
Principais Obras e Contribuições
A contribuição de Jane Austen para a literatura é monumental, especialmente pelo aperfeiçoamento do romance de costumes e pelo uso magistral da ironia. Ela retratou o quotidiano da pequena nobreza rural inglesa (gentry), focando nas tensões sociais, nas pressões económicas e na situação da mulher na viragem do século XVIII para o XIX.
A sua obra mais célebre, Orgulho e Preconceito (Pride and Prejudice, 1813), narra a história de Elizabeth Bennet e o seu complexo relacionamento com o Sr. Darcy. Através deste romance, Austen critica a superficialidade, o esnobismo de classe e a necessidade premente de um “bom casamento” como única forma de segurança financeira para as mulheres da época.
Outra obra fundamental é Sensibilidade e Bom Senso (Sense and Sensibility, 1811), onde contrasta as personalidades de duas irmãs, Elinor (a razão) e Marianne (a emoção), explorando o equilíbrio necessário entre o sentimento romântico e a prudência social. Em Emma (1815), cria uma protagonista rica e independente que, ao tentar manipular a vida amorosa dos outros, acaba por aprender duras lições sobre si mesma e sobre a arrogância de classe.
Do ponto de vista técnico, Austen foi pioneira no uso do discurso indireto livre, uma técnica narrativa que permite ao leitor aceder aos pensamentos de uma personagem sem a interrupção de um narrador formal e sem o uso de aspas ou discurso direto, criando uma intimidade psicológica inovadora para a época.
Relevância
A relevância de Jane Austen transcende o género do romance romântico. Para os exames de Literatura e História, ela é uma fonte primária essencial para compreender a sociedade inglesa da Era da Regência, as limitações legais e sociais impostas às mulheres (como a lei do morgadio, que impedia as mulheres de herdar terras) e a ascensão da burguesia. A sua prosa irónica e a construção psicológica das suas personagens fazem dela uma referência obrigatória para a análise de texto, sátira social e evolução do romance moderno.
