Nona

No campo da versificação, o termo nona designa uma estrofe composta por nove versos. Essa forma estrófica, também conhecida como novena, representa um agrupamento específico de linhas dentro de um poema, caracterizado unicamente pela sua extensão. A nona pode ser empregada em poemas com métrica e esquema de rimas definidos ou em composições de verso livre, onde a ausência de um padrão rítmico ou rimático regular não invalida a sua classificação enquanto agrupamento de nove versos.

A principal característica que define a nona é, portanto, quantitativa. A sua estrutura permite ao poeta um desenvolvimento mais amplo de uma ideia ou imagem em comparação com estrofes mais curtas, como o quarteto ou o terceto. Essa extensão oferece espaço para a criação de maior complexidade rítmica e sonora, possibilitando a construção de uma tensão poética que pode ser resolvida ao final da própria estrofe ou se estender ao longo do poema. Historicamente, a utilização de nonas é observada em cancioneiros antigos, demonstrando sua presença consolidada na tradição literária da língua portuguesa.

A escolha por uma nona pode impactar significativamente a musicalidade e o ritmo de um poema. A cadência estabelecida por nove versos consecutivos cria uma unidade de sentido e som que se diferencia de outras formas estróficas. A pausa que naturalmente sucede uma nona, marcada pelo espaço em branco na página, serve como um intervalo rítmico, preparando o leitor para a estrofe seguinte e contribuindo para a arquitetura geral da obra poética.