A Ordem Social Burguesa é o modelo de organização social, política e econômica que emergiu e se consolidou com a ascensão da burguesia como classe dominante, substituindo a ordem social feudal e dando origem ao sistema capitalista. Essa ordem social é caracterizada pela propriedade privada dos meios de produção (indústrias, terras, bancos, comércio) concentrada nas mãos da burguesia e pela centralidade do trabalho assalariado (proletariado), configurando uma estrutura de classes antagônicas, conforme a análise do materialismo histórico.
As características distintivas dessa ordem social incluem a predominância da racionalidade econômica baseada na busca pelo lucro e na acumulação de capital. No plano político, ela é marcada pela afirmação do Estado-Nação e pela adoção de princípios como o liberalismo e o individualismo, consagrando direitos civis e liberdades econômicas (livre iniciativa, livre mercado), muitas vezes como resultado das chamadas “Revoluções Burguesas” (como a Revolução Francesa e a Revolução Industrial). A ideologia que a sustenta valoriza o mérito individual, a competição e a mobilidade social.
Historicamente, a burguesia surge no final da Idade Média, nos “burgos” (cidades), inicialmente como comerciantes e artesãos. No entanto, sua consolidação como classe hegemônica se dá com a expansão do comércio, a Revolução Industrial e a subsequente tomada do poder político, o que permitiu a desagregação das antigas estruturas feudais e a normatização de um sistema legal e institucional favorável aos seus interesses de classe e à expansão do modo de produção capitalista.
