9 frases marcantes na história do Brasil

9 frases marcantes na história do Brasil

Viaje com o Estratégia por uma linha do tempo e conheça frases simbólicas de períodos importantes da nossa história

“Terra à vista!”, como sugerem os filmes, talvez tenha sido uma das frases mais  importantes do Brasil. Isso porque, nesse contexto, ela seria o pontapé inicial para a construção do País que conhecemos hoje.

Partindo dessa ideia, a frase teria vindo dos navegadores portugueses da esquadra de Pedro Álvares Cabral, que desembarcaram no território que atualmente é conhecido como o estado da Bahia, em 22 de abril de 1500, dando início a dominação de Portugal sobre o Brasil.

Nesse artigo, o Estratégia Vestibulares vai levar você a uma viagem através da história e conhecer frases marcantes, muitas vezes ditas em momentos decisivos, para formação do Brasil atual. Vem com a gente!

1. “Se é para o bem de todos e felicidade geral da nação, estou pronto. Diga ao povo que fico”

O ano era 1808 e a Família Real Portuguesa desembarcava para ficar no Brasil. O motivo? Fugir do imperador francês Napoleão Bonaparte e de seu exército que planejava invadir Portugal.

A história se deu quando Bonaparte decretou um embargo que proibia os países europeus de fazer negócios com a Inglaterra. Além disso, secretamente, Napoleão negociou com a Espanha o Tratado de Fontainebleau, acordo que permitia a invasão francesa à Portugal através do território espanhol, em troca de parte da terra para os espanhóis.

Dom João VI, rei de Portugal, desrespeitou o embargo, negociou com os ingleses e depois fugiu com a família para o Brasil, ainda colônia. Por aqui, ele abriu os portos para negócios com as nações amigas (até então, o Brasil era obrigado a depender economicamente de Portugal pelo Pacto Colonial). 

Com isso, tanto as elites brasileiras quanto as inglesas (os maiores parceiros comerciais da época) começaram a conspirar pela independência do Brasil. 

Em 1820, Dom João VI foi obrigado pela Revolução do Porto a voltar a Portugal e deixou como regente seu filho, Dom Pedro I. A corte portuguesa também exigiu o retorno do príncipe para jurar fidelidade à nova Constituição portuguesa.

Em 9 de janeiro de 1822, Pedro recebeu um abaixo-assinado de representantes da elite brasileira, entusiastas da independência, e declarou a famosa frase: “Se é para o bem de todos e felicidade geral da nação, estou pronto. Diga ao povo que fico”.

A frase marca a ruptura da ex-colônia com sua metrópole, Portugal, e dá início ao processo de independência do Brasil.

2. “Viva a independência e a separação do Brasil. Pelo meu sangue, pela minha honra, pelo meu Deus, juro promover a liberdade do Brasil. Independência ou Morte!”

Também é de Dom Pedro I a frase que oficializa a independência do Brasil. Depois de negar fidelidade à Corte portuguesa, o herdeiro da coroa convoca a primeira Assembléia Constituinte brasileira e declara o exército português como inimigo.

Em 12 de outubro de 1822, Dom Pedro é aclamado pela elite brasileira e pelos entusiastas da independência como imperador. Em retaliação a todos os acontecimentos, Portugal ameaça enviar tropas ao Brasil e exige novamente o retorno de Pedro ao país ibérico. 

Dom Pedro recebe as cartas com as novas exigências portuguesas em 7 de setembro e proclama, oficialmente, a independência brasileira com a famosa frase: “Viva a independência e a separação do Brasil’. Pelo meu sangue, pela minha honra, pelo meu Deus, juro promover a liberdade do Brasil. Independência ou Morte!”.

3. “Se mil outros tronos eu tivesse, mil tronos eu perderia para por fim à escravidão”

O rosto mais conhecido quando o assunto é abolição da escravidão negra no Brasil é o da Princesa Isabel, filha de Dom Pedro II e regente do país à época. É dela a frase “Se mil outros tronos eu tivesse, mil tronos eu perderia para por fim à escravidão”.

Entretanto, Isabel apenas sancionou, como chefe de estado, uma lei previamente aprovada pelo Senado e oriunda das lutas de abolicionistas como Luís Gama, André Rebouças e José do Patrocínio e da pressão econômica da Inglaterra. 

Vale destacar, também, que a Lei Áurea de 1888, que findou a escravidão, não previu nenhuma indenização ou método de inserção dos ex-escravos na sociedade brasileira.

4. “Digam ao povo que a República está feita”

“Digam ao povo que a República está feita”. Em 15 de novembro de 1889, o Marechal Deodoro da Fonseca marchou em direção ao então Parque Campo de Santana com cerca de 600 militares e proclamou a República do Brasil.

Para entender a derrubada do regime monárquico, é importante pensarmos que o golpe de estado que transformou o Brasil em uma república foi articulado entre civis que aspiravam a queda do imperador e de militares descontentes.

Os militares estavam insatisfeitos, depois da vitória na Guerra do Paraguai, por reconhecerem sua importância para o país e se sentirem desvalorizados pelo governo. A sociedade civil, por sua vez, desejava um regime menos autoritário, enquanto a Igreja estava em conflito com as constantes intromissões de Dom Pedro II.

Além disso, o custo da guerra também trouxe alta de impostos e propostas de reformas que enxugavam o orçamento militar e os subordinavam à Guarda Nacional, uma instituição civil.

5. “Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na História”

Uma das frases mais famosas do presidente Getúlio Vargas faz parte da sua carta de suicídio: “Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na História”.  Ele não estava errado, os governos de Vargas marcaram um importante período da história brasileira.

A ditadura de Getúlio durou 15 anos, de 1930 a 1945, e foi marcada por contradições políticas, proximidade com o regime nazi-fascista da Alemanha, tentativas de golpe, nascimento de grupos de oposição, fortalecimento da propaganda política, e as criações da Consolidação das Lei Trabalhistas, a CLT, e da Petrobrás.

Após o governo ditatorial, Vargas retorna e governa o Brasil, eleito pelo povo em regime democrático, de 1950 a 1954, ano em que comete o suicídio.

6. “50 anos em cinco”

Você sabia que a capital federal do Brasil ficava no Rio de Janeiro até o governo do presidente Juscelino Kubitschek? Isso porque ele foi o responsável pela construção da cidade de Brasília, inaugurada em 1960.

O período JK foi marcado pelo Plano de Metas, o que trouxe outros avanços na infraestrutura e no processo de industrialização do país, tanto que o governo usou a frase “50 anos em cinco” como slogan. Na época, os mandatos presidenciais duravam cinco anos. 

7.  “Brasil: Ame-o ou deixe-o!”

Durante o regime militar (1964-1985), que durou 21 anos no Brasil, a comunicação foi fortemente usada para disseminar os ideais do golpe. Muito por isso, uma das frases mais famosas do período vem de uma propaganda de 1970 do governo Médici: “Brasil: Ame-o ou deixe-o!”. 

A frase fazia alusão às pessoas que precisaram procurar exílio fora do país por divergências com o regime, e era usada por adultos, crianças, exibida em adesivos em objetos, janelas e carros. 

De acordo com a Comissão Nacional da Verdade (CNV), que investiga os crimes da ditadura militar no Brasil, o regime foi responsável por 434 mortes e desaparecimentos políticos entre 1964 e 1988, além de torturas de opositores.

8.  “Quanto a ela, discordar, sim. Divergir, sim. Descumprir, jamais. Afrontá-la, nunca”

A Carta Magna de 1988 é o símbolo do fim do regime militar no Brasil, derrubado  em 1985. A Assembleia Constituinte foi convocada ainda naquele ano, pelo presidente interino José Sarney, e contou com 72 senadores e 487 deputados federais e intensa participação da sociedade civil.

O trabalho durou 20 meses e, durante cinco, cidadãos e entidades representativas encaminharam suas sugestões para a nova Constituição.

Em cinco de outubro de 1988, durante a cerimônia que promulgou a Carta, o deputado Ulysses Guimarães, presidente da Assembleia, declarou a respeito da nova Constituição: “Quanto a ela, discordar, sim. Divergir, sim. Descumprir, jamais. Afrontá-la, nunca”.

9. “Meus queridos brasileiros e brasileiras, pela decisão soberana do povo, hoje será a primeira vez que a faixa presidencial cingirá o ombro de uma mulher.”

Até 2011, em 122 anos de regime republicano presidencialista no Brasil, nenhuma mulher havia sido eleita para o cargo mais alto do Poder Executivo.

Vale lembrar que o voto feminino e a participação das mulheres na política começaram a valer apenas em 1932, durante a Era Vargas. E ainda assim, com algumas restrições: o voto era permitido apenas para mulheres casadas (com autorização do marido), viúvas e solteiras com renda própria.

A primeira presidente eleita no Brasil foi a economista Dilma Vana Rousseff, em 2011 e reeleita em 2014, sendo impedida de concluir o segundo mandato por um processo de impeachment.

Durante o momento pioneiro de sua posse, Dilma discursou: “Meus queridos brasileiros e brasileiras, pela decisão soberana do povo, hoje será a primeira vez que a faixa presidencial cingirá o ombro de uma mulher.”

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