Surrealismo: o que é, características e principais artistas

Surrealismo: o que é, características e principais artistas

O que é Surrealismo?

O Surrealismo é inesquecível. Tal vanguarda propunha representar não a realidade, mas o sonho. Os artistas, influenciados por  Freud,  acreditavam que a realidade, de fato, era aquela que se manifestava no sonho e no pesadelo.

Ali estariam os conteúdos recalcados da sociedade que  poderiam ser captados pelos artistas. Os surrealistas  teriam a obrigação de trazer  à tona aquilo que a sociedade burguesa queria esquecer.

Fundado em Paris, em 1924, manifestavam um postura antiburguesa pautada numa atitude  anárquica perante a realidade. Acreditavam que a arte tinha um potencial subversivo. Estimulavam a criação que se aproximasse do método freudiano de livre associação de ideias.

Isso poderia se manifestar de 2 formas: tanto na própria pincelada a esmo,  (André Masson, 1896-1987), quanto na figuração nítida  de objetos submetidos a uma outra lógica temporal, como se observa nas obras de Salvador Dali (1904-1989).

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Características do Surrealismo

Podem-se destacar as seguintes características da pintura do Surrealismo:

  • Imagens imprevisíveis
  • Automatismo
  • Espontaneidade
  • Figuras disformes e justapostas
  • Ilogicidade
  • O manifesto Surrealista foi publicado em 1924 por André Breton.

Palavras-chave

Sonho; inconsciente; escrita automática.

Fragmento do Manifesto Surrealista

“A atitude realista é fruto da mediocridade, do ódio, e da presunção rasteira. É dela que nascem os livros que insultam a inteligência.”
“A mania incurável de reduzir o desconhecido ao conhecido, ao classificável, só serve para entorpecer cérebros.”
(…) Talvez o meu sonho da noite passada tenha dado prosseguimento ao da noite anterior e continue na próxima noite com rigor meritório.”
“Digamo-lo claramente de uma vez por todas: o maravilhoso é sempre belo; qualquer tipo de maravilhoso é belo, só o maravilhoso é belo.
 “A mente que mergulha no surrealismo revive, com exaltação, a melhor parte de sua infância.” “Imaginação querida, o que sobretudo amo em ti é não perdoares.”

Surrealismo nas artes plásticas

O Surrealismo gerou uma quantidade de pintores extremamente populares tais como Max Ernst (1891-1976), René Magritte (1898-1967), André Masson (1896-1987), Joan Miró (1893-1983).

Para analisar melhor o impacto das premissas do movimento  sobre a arte, podemos considerar aquele que foi o mais ousado e anárquico de todos eles, passando a ser quase um  artista pop: Salvador Dalí (1904-1986).

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Nos seus quadros, Dali tematiza com frequência o tempo, a partir  de relógios que se desmancham num espaço árido muitas vezes sem correspondência com o real.

Percebe-se a intenção do artista de nos levar para outra dimensão, própria do sonho em que o tempo segue uma outra lógica. Mais do que isso, parece  que ele  consegue captar a ideia freudiana de que, para o subconsciente, o tempo é outro.

Por alguns momentos, nós nos transportamos realmente para um outro patamar. Do ponto de vista da forma, as figuras não apresentam grandes ousadias conceituais. Facilmente o espectador consegue perceber a figurativização, sem que haja uma tensão para apreensão da representação como ocorre no Cubismo, por exemplo.

Vários outros pintores seguem por esse caminho como René Magritte. Havia, ainda, uma outra vertente que procurava captar as imagens infantis ou o gesto automático.

Surrealismo na literatura

A regra da escrita do Surrealismo na Literatura era evitar a regra para alcançar o automatismo dos enunciados. O escritor deveria estar atento para não se deixar levar pela organização sintática que manifestava um “superego” social (termo  freudiano para se referir à instância psíquica equivalente à consciência).

As  palavras deveriam se distanciar do seu significado ou  serem associadas de formas inesperadas para provocar o surgimento de imagens inusitadas. No Brasil,  um dos nossos modernistas de segunda geração soube fazer poesias seguindo a ideia de produzir mundos ilógicos como se observa na pintura: Murilo Mendes ( 1901-1975).

Mamãe vestida de rendas
Tocava piano no caos.
Uma noite abriu as asas
Cansada de tanto som,
Equilibrou-se no azul,
De tonta não mais olhou
Para mim, para ninguém!
Cai no álbum de retratos.

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