Arte Indígena: características e tipos

Arte Indígena: características e tipos

Você conhece a arte indígena? Já usou cocares nas escolas na semana do índio, em abril? E você sabia que esse assunto aparece no Enem e nas provas de vestibular? 

Como esse tema é recorrente nas questões, o Estratégia Vestibulares preparou um resumo com os principais pontos sobre a arte indígena: pintura corporal, cocar, cerâmica, urnas funerárias, entre outros aspectos. Confira!

Como é a a Arte Indígena?

A arte indígena é um conjunto de comportamentos socioculturais que geram objetos e materiais fundamentais para a compreensão desses povos pelo mundo ocidentalizado. Por outro lado, a pluralidade de tribos e etnias nativas nos permite dizer que existem diversas formas de artes indígenas. 

Ao mesmo tempo, é importante notar que a criação da arte não acontece de forma intencionada como o no padrão europeu ocidental da sociedade. As chamadas artes indígenas se constroem como parte do cotidiano, do ritual e da realidade desses povos. 

Desse modo, é preciso que se entenda a diferença entre:

  • criar um objeto visando a sua beleza — como é conhecido o ramo artístico;
  • produzir uma peça artesanal para fins ritualísticos e simbólicos — como acontece na realidade indígena. 

Portanto, no decorrer desse texto, tenha em mente que o conceito de “arte” é adicionado pela sociedade moderna, que admira as criações nativas. Mas todo o processo de formação das obras indígenas trata-se de uma manifestação cultural pura e não um talento montado para a exibição em museus e galerias.

Principais Manifestações da Arte Indígena

As artes indígenas são diversas e plurais, de forma que abrangem a pintura corporal, a criação de cocares, a representatividade das cerâmicas funerárias e os rituais dançantes, por exemplo. 

Pintura Corporal

Sempre que abordamos assuntos como a cultura indígena ou a comemoração do dia do Índio (19 de abril), a imagem de pessoas com os rostos pintados é retomada e marcada com um símbolo para os brasileiros nativos

É importante saber que a pintura corporal é parte significativa da identidade tribal indígena

Nesse contexto, é importante notar que cada grupo define um tipo específico de tingimento e tonalidade para representar suas habilidades, forças, crenças, hierarquias, entre outros aspectos. 

Para realizar a coloração, os elementos tonalizantes são retirados de plantas nativas como o jenipapo, o urucum e a tabatinga. A combinação das cores e desenhos traz significado simbólico, ritualístico e étnico para cada corpo, conforme padrões históricos e ancestrais que se estabelecem em cada tribo.

Arte Plumária: Cocar

Arte indígena plumária

Outro item que sempre é lembrado para a cultura indígena é o cocar, construído a partir da arte plumária (com plumas de animais). Esses ornamentos são montados com penas de diferentes cores, além de muito belo e chamativo, traz representações diferentes em meio a realidade de cada tribo. 

Geralmente, os cocares são utilizados em lutas tradicionais ou momentos festivos do grupo étnico em questão. Ela também marca as diferenças hierárquicas em meio aos povos de um território: os plumares mais decorados e vistosos marcam a personalidade e autoridade do cacique, nome dado ao chefe mais antigo da tribo.

Cerâmica e Urnas Funerárias

A cerâmica indígena é um tipo de arte simbólica, porque além de utensílios para o cotidiano, muitos dos elementos eram utilizados para a preservação da memória ancestral. Para isso, após a morte dos membros de maior reconhecimento tribal, os corpos eram guardados em urnas artesanais de cerâmica.

A tribo mais conhecida nesse ramo artístico são os Marajós, que se situam na região amazônica. Geralmente, as mulheres são responsáveis pela coleta, preparação, moldagem, secagem e decoração do barro. 

Veja, na foto a seguir, um tipo de construção cerâmica indígena, que se encontra no Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo:

Cerâmica - arte indígena

Dança Indígena

A dança indígena é parte do cotidiano da maioria das etnias. São movimentos corporais coordenados que servem para momentos ritualísticos, festivos, fúnebres e principalmente, espirituais.

Você já deve ter ouvido falar na famosa “dança da chuva”. Ainda que banalizado, esse termo demonstra que as danças possuem objetivos, sejam eles: a entrada na vida adulta, o pedir ou agradecer pelas colheitas, o expulsar de energias ruins e outras finalidades.

Questões resolvidas sobre arte indígena

Para treinar seu conhecimento a respeito da cultura artística indígena, responda a questão abaixo e confira a resolução proposta pelo Estratégia Vestibulares.

ENEM 2009  

A dança é importante para o índio preparar o corpo e a garganta e significa energia para o corpo, que fica robusto. Na aldeia, para preparo físico, dançamos desde cinco horas da manhã até seis horas da tarde, passa-se o dia inteiro dançando quando os padrinhos planejam a dança dos adolescentes. O padrinho é como um professor, um preparador físico dos adolescentes. Por exemplo, o padrinho sonha com um determinado canto e planeja para todos entoarem. Todos os tipos de dança vêm dos primeiros xavantes: Wamarĩdzadadzeiwawẽ, Butséwawẽ, Tseretomodzatsewawẽ, que foram descobrindo através da sabedoria como iria ser a cultura Xavante. Até hoje existe essa cultura, essa celebração. Quando o adolescente fura a orelha é obrigatório ele dançar toda a noite, tem de acordar meia-noite para dançar e cantar, é obrigatório, eles vão chamando um ao outro com um grito especial.

WÉRÉ’ É TSI’RÓBÓ, E. A dança e o canto-celebração da existência xavante. VIS-Revista do Programa de Pós-Graduação em Arte da UnB. V. 5, n. 2, dez. 2006. 

A partir das informações sobre a dança Xavante, conclui- se que o valor da diversidade artística e da tradição cultural apresentados originam-se da

a) iniciativa individual do indígena para a prática da dança e do canto.
b) excelente forma física apresentada pelo povo Xavante.
c) multiculturalidade presente na sua manifestação cênica.
d) inexistência de um planejamento da estética da dança, caracterizada pelo ineditismo.
e) de uma identidade entre a gestualidade ancestral e a novidade dos cantos a serem entoados.

Conforme aponta o texto da questão, a ancestralidade é um fator relevante para a dança Xavante: “Todos os tipos de dança vêm dos primeiros xavantes […] Até hoje existe essa cultura, essa celebração.”

Além disso, essa manifestação artística se realiza em grupos, de maneira ritualística e ordenada. Constatadas essas afirmações, a única alternativa aceitável é a letra E, que versa sobre a ancestralidade e as canções referidas no trecho.


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