Dilatação térmica: definição, fórmulas, aplicações e questões

Dilatação térmica: definição, fórmulas, aplicações e questões

Aprenda a definição, fórmulas e aplicações da dilatação térmica, para resolver as questões de vestibulares com facilidade

Com a elevação da temperatura de um objeto, suas dimensões sofrem um aumento, o que é chamado de dilatação térmica. Esse assunto é cobrado nas questões de Física do Enem e vestibulares em diversos contextos. 

Por isso, é importante compreender o fenômeno da dilatação térmica por completo, e não apenas decorar fórmulas. Leia este artigo para aprender mais sobre o tema. Vamos lá?

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O que é dilatação térmica?

A dilatação térmica é o aumento das dimensões de um corpo quando sua temperatura se eleva. Isso ocorre porque, ao receber calor, as partículas que compõem o material passam a vibrar com maior intensidade. Essa agitação térmica faz com que a distância média entre as moléculas aumente, resultando na expansão do corpo.

Tipos de dilatação térmica

A intensidade da dilatação de um objeto vai depender sempre da variação de temperatura sofrida, das dimensões iniciais do corpo e do tipo de material que a compõe, já que cada substância possui seu próprio coeficiente de dilatação.

Abordaremos, a seguir, os três principais tipos de dilatação térmica e quais fórmulas devem ser utilizadas em cada caso:

Dilatação linear

A dilatação linear ocorre quando se considera o aumento de comprimento de objetos alongados, como fios e barras. Esse é o caso mais simples e mais cobrado em provas. O aumento do comprimento é dado pela fórmula:

ΔL = L0 . α . ΔT

Onde:

  • ΔL: variação do comprimento;
  • L0: comprimento inicial;
  • α: coeficiente de dilatação linear (depende do tipo de material); e
  • ΔT: variação de temperatura.

O coeficiente de dilatação linear (α) mede o quanto o material se dilata em comprimento por unidade de temperatura. Sua unidade é normalmente °C⁻¹ ou K⁻¹.

Veja também:
+Escalas termométricas: Celsius, Kelvin, Fahrenheit e conversões

Dilatação superficial

É a dilatação de chapas ou placas. Nesse caso, é importante se atentar à área inicial do objeto, pois, em algumas questões, é necessário calcular o valor da área antes de aplicar a fórmula da dilatação. 

Pense em uma placa metálica deixada ao sol. Sua área aumenta, e a fórmula usada é:

ΔA = A0 . β . ΔT

Onde:

  • ΔA: variação da área;
  • A0: área inicial;
  • β: coeficiente de dilatação superficial; e
  • ΔT: variação de temperatura.

Existe uma relação simples entre os coeficientes:

β ≅ 2α

Dilatação volumétrica

No caso de corpos tridimensionais, como esferas ou blocos, a dilatação se dá no volume total. A fórmula é:

ΔV = V0 . γ . ΔT

Onde:

  • ΔV: variação do volume;
  • V0: volume inicial;
  • γ: coeficiente de dilatação volumétrica; e
  • ΔT: variação de temperatura.

A relação entre os coeficientes é:

γ ≅ 3α

Dilatação de líquidos

Quando colocamos um líquido em um recipiente, como o recipiente também se expande, visualmente, o líquido parece se dilatar menos do que realmente se dilata. Na dilatação de líquidos, devemos ter em mente três conceitos importantes:

Dilatação volumétrica real

A dilatação real de um líquido é aquela que ocorreria se o líquido estivesse livre, sem nenhum recipiente que o limitasse.

ΔVreal = V0 . γlíquido . ΔT

Dilatação do recipiente

Essa é a dilatação do recipiente que contém o líquido (geralmente o recipiente se dilata menos que o líquido). 

ΔVrecipiente = V0 . γrecipiente . ΔT

Dilatação aparente

A dilatação aparente é aquela que o observador enxerga quando o líquido está dentro de um recipiente. Ela corresponde à diferença entre a dilatação real do líquido e a dilatação do recipiente:

ΔVaparente = ΔVrealΔVrecipiente

ΔVaparente = V0 . (γlíquido – γrecipiente) . ΔT

Dilatação anômala da água

Um caso especial, e muito importante, é a dilatação anômala da água. Diferente da maioria das substâncias, que se expandem ao serem aquecidas, a água se comporta de maneira peculiar entre 0°C e 4°C:

  • Ao aquecer de 0°C até 4°C, ela diminui o volume e aumenta a densidade; e
  • A partir de 4°C, passa a se comportar normalmente, expandindo ao aquecer.

Esse fenômeno tem grande importância ecológica. Em lagos e rios de regiões frias, a água da superfície congela primeiro, formando uma camada de gelo que isola o restante. Isso permite que a água no fundo permaneça líquida e em torno de 4°C, garantindo a sobrevivência da vida aquática.

Aplicações da dilatação térmica

A dilatação térmica é muito explorada em situações cotidianas, embora não percebamos. Alguns exemplos importantes estão mencionados a seguir:

  • Tiras bimetálicas: feitas com dois metais diferentes, elas se curvam quando aquecidas devido à diferença nos coeficientes de dilatação. São usadas em termostatos e disjuntores;
  • Tampas metálicas de potes de vidro: ficam mais fáceis de abrir quando colocamos água quente, pois o metal se dilata mais que o vidro;
  • Estruturas de engenharia: prédios, viadutos e máquinas precisam prever a dilatação dos materiais para evitar acidentes.

Questões de vestibulares sobre dilatação térmica

Uece (2017)

Considere a dilatação térmica de duas barras longas e finas, feitas de mesmo material. Uma delas tem o dobro do comprimento da outra: L₁ = 2L₂ . Nos dois casos, as barras sofrem uma mesma mudança de temperatura, ∆T, e dilatam ∆L₁ e ∆L₂.

Assim,

A) ∆L₂/L₂ = 2 ∆L₁/L₁.
B) ∆L₂/L₂ = ∆L₁/L₁.
C) 2 ∆L₂/L₂ =  ∆L₁/L₁.
D) ∆L₂/L₂ = 3 ∆L₁/L₁.

Resolução

GABARITO: B

Aplicando a equação de dilatação linear, em cada barra, temos:

Uerj (2022)

Em um instituto de análises físicas, uma placa de determinado material passa por um teste que verifica o percentual de variação de sua área ao ser submetida a aumento de temperatura. Antes do teste, a placa, que tem área igual a 3,0 × 10³ cm², encontra-se a 20 ºC; ao ser colocada no forno, sua temperatura atinge 60 ºC. Sabe-se que o coeficiente de dilatação linear do material que a constitui é igual a 1,5 × 10⁻⁵°C⁻¹.

Nesse teste, o percentual de variação da área da placa foi de:

A) 0,16%
B) 0,12%
C) 0,8%
D) 0,6%

Resolução

GABARITO: B

Devemos calcular a variação de tamanho sofrida pela placa. Devemos ter cuidado, pois o enunciado nos fornece o coeficiente de dilatação linear do material, quando precisamos do coeficiente de dilatação superfície, que é o dobro do coeficiente de dilatação linear:

∆A = A₀ ⋅ β ⋅ ∆θ

∆A = 3,0 ⋅ 10³ ⋅ 2 ⋅ 1,5 ⋅ 10⁻⁵ ⋅ 40

∆A = 3,6 cm²

Agora precisamos calcular a variação percentual da área. Isso pode ser feito pela razão entre a variação da área e o seu valor original:

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