Você já ouviu falar que a Terra é o Planeta Água? Saiba que esse apelido não existe à toa. Ele surgiu porque 70% da superfície do globo é coberta por água e, em meios as partes terrestres, existem ainda as águas continentais: rios, pântanos, lagos, córregos, represas e mangues.
Continue lendo para descobrir mais informações sobre os corpos d’água dos continentes, quais critérios são utilizados para classificá-los, bem como entender a importância biológica e social desses ambientes.
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Quais são as águas continentais?
O termo águas continentais se refere ao conjunto de corpos aquáticos que se situam em meio às grandes massas de terra, como a Ásia, a África, a Europa, a América, a Oceania, e a Antártida.
Essas estruturas podem ser classificadas em dois principais grupos lênticos e lóticos, que diferem pela força dos cursos d’água, características químicas e físicas do líquido, entre outras vertentes. Veja melhor nos tópicos a seguir.
Águas continentais: ecossistemas lênticos
Formados principalmente por águas tranquilas, onde o fluxo é lento e a troca de materiais entre o solo e o líquido acontece em menor velocidade.
Lagos
Um lago é uma estrutura aquática que se forma quando encontra-se uma depressão no relevo. Assim, ele pode nascer devido à formação geológica do lugar, à ações tectônicas ou após o derretimento de geleiras, que é o caso dos lagos glaciais.
Geralmente, com o passar do tempo ocorre o acúmulo de sedimentos nesta região depressiva e os lagos tendem a desaparecer. Primeiro, são formados os pântanos — um tipo de água continental lêntica, no qual o terreno é alagadiço. Então, com o crescente depósito de materiais, os pântanos tornam-se áreas florestais comuns.
Em termos ecológicos, os lagos são importantes fontes de água e nutrientes para as plantas e animais que sobrevivem nas proximidades. Além disso, servem de habitat para espécies aquáticas e subaquáticas, bem como para a regulação da temperatura e umidade em sua redondeza.
Águas continentais: ecossistemas lóticos
As águas continentais classificadas como sistemas lóticos são aquelas em que a corrente fluvial é forte o suficiente para criar maior irregularidade e instabilidade do fluxo.
Nesses locais, também, a matéria orgânica é muito dinâmica e não permanece no ecossistema por muito tempo. A quantidade de oxigênio dissolvido na água também é diferente, de forma que pode alterar-se conforme a força das correntes aquáticas, entenda melhor com a explicação sobre os rios.
Rios
Os rios são considerados águas continentais do tipo lótica pois apresentam corrente e o líquido que está ali não é algo fixo e estável, mas móvel e variável. Na filosofia, essa observação foi a chave para a frase “Nenhum homem pode banhar-se duas vezes no mesmo rio… pois na segunda vez o rio já não é o mesmo, nem tão pouco o homem!”
Perceba que o pensador retrata a fluidez das correntes fluviais e ainda acrescenta teorias de caráter filosófico.
Quando estão próximos à nascente, em pontos de maior altitude, o declive dos rios tende a ser acentuado. Por isso, a velocidade da correnteza é grande e o volume de água em um ponto é pequeno — dada a rápida passagem do líquido, o solo é rochoso sem grandes quantidades de lodo.
Entretanto, conforme a distância aumenta e os níveis altimétricos se estabilizam, a velocidade do fluxo diminui, maior volume de água é acumulado por unidade de medida e as estruturas ao redor respondem igualmente a esse processo.
Geralmente, nas porções mais volumosas de um rio, o solo é mais lodoso, o acúmulo de matéria orgânica é mais significativo, o que causa a opacidade da água nesses pontos. Além do mais, essas alterações químicas influenciam na diminuição da concentração de oxigênio dissolvido na água nessas localidades.
Outro ponto importante no regime dos rios como águas continentais está na importância do clima para sua manutenção. Nas estações climáticas mais chuvosas os corpos d’água lóticos tendem a aumentar maior capacidade volumétrica, podendo transbordar para regiões terrestres próximas.
É necessário notar que os regimes das água fluviais podem ser:
- Perenes, quando não secam em nenhuma estação do ano, apesar de apresentar menores níveis na época de seca; ou
- Temporários ou intermitentes, se eles sofrem com as estações áridas e tendem a secar.
Importância das águas continentais no Brasil
Em território brasileiro, possuímos diversos exemplos de águas continentais, sejam do regime lótico ou lêntico. Apesar disso, os ecossistemas lóticos se evidenciam por sua importância socioeconômica, veja:
Lóticos e a energia
Alguns rios volumosos do Brasil são utilizados para a implantação de usinas hidrelétricas, nas quais a força da água é o potencial de ação para a geração de energia elétrica que abastece a maior parte da população do país.
As principais fontes de energia estão na Bacia do Rio Paraná e na Bacia do Rio São Francisco, que abrange territórios do Norte e do Nordeste do país. Nas obras de implantação dessas usinas hidrelétricas, áreas florestais são alagadas, parte da fauna e flora pode ser prejudica, o que indica a necessidade de um bom planejamento.
Isso não significa que o uso do potencial hidráulico das águas continentais lóticas seja totalmente prejudicial. A questão é muito mais complexa e adiciona muitas outras vertentes positivas e negativas.
+ Veja também: Transposição do rio São Francisco: impacto, importância e como pode cair nos vestibulares
Águas continentais e urbanização
No mapa abaixo, você pode ver a distribuição de rios e bacias hidrográficas no Brasil. Se observarmos a abundância de corpos d’água continentais presentes, fica notável a importância deles para a nossa sociedade e natureza.
Nesse sentido, é considerável compreender que os recursos hídricos estão no território e se sujeitam às estações, inclusive aos índices de precipitação. Assim, a urbanização e projeção de moradias deve levar em consideração a possibilidade de cheias, com o objetivo de evitar enchentes e tragédias socioambientais.
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