Império Islâmico: contexto histórico, formação e características

Império Islâmico: contexto histórico, formação e características

O imperialismo dos séculos passados pode ser representado pelo controle e extensão territorial sobre diversas nações. No caso do Império Islâmico, observa-se uma ascensão e distribuição em partes da Ásia, África e Europa. Continue lendo e entenda melhor o contexto histórico do desenvolvimento e as características desse império.

Origem do Império Islâmico

A Península Arábica é uma região da Ásia, no Oriente Médio, em que se desenvolviam sociedades tribais, e também havia a passagem e estabelecimento de grupos nômades, principalmente na porção interior do território. Nas regiões que ficam mais litorâneas, observa-se a fixação de tribos, por meio da agricultura. 

Os árabes eram conhecidos pela comercialização de produtos em grandes caravanas e tinham certa notoriedade em diferentes espaços geográficos. Esse estilo de vida foi mantido pelos povos da região por muito tempo. Até que um grande acontecimento mudaria o rumo da região e das populações que ali habitavam: o surgimento do islamismo.

Em uma das cidades mais importantes da Península, chamadad Meca, um homem chamado Maomé recebeu uma visão religiosa. Após esse evento, ele se responsabilizou em difundir a fé por um deus único, chamado Alah. De forma que Maomé havia sido escolhido como profeta e deveria converter os povos ao seu redor. 

Pouco a pouco, os árabes que criam em vários deuses, foram englobados pela nova expressão religiosa. Tais pregações e ideias incomodavam as elites árabes, que tinham certo controle sobre a população por meio do politeísmo. Assim, o nascimento de uma corrente religiosa monoteísta ameaçava não somente seu poder religioso, mas também questões políticas e econômicas. 

Dada a intensa perseguição, Maomé e seus seguidores precisaram fugir de Meca em direção à Iatreb, outra cidade importante na Península. Lá, o profeta não deixou de exercer sua vocação e conseguiu formar um exército para conquistar Meca e difundir ainda mais o islamismo, a religião monoteísta e inovadora.

Maomé morreu no ano de 632, mas os esforços dele seu grupo foram suficientes para a conversão de muitas tribos em toda a Península. Com essa mudança na religião, os povos que adoravam diferentes e diversos deuses, concentraram suas crenças em um só deus. Isso serviu como um fator de unificação entre eles. Agora, com elos culturais e religiosos semelhantes, a população arábica tornou-se mais forte e imponente frente às outras nações.

Características do Império Islâmico

O principal elemento fortalecedor e unificador no Império Islâmico foi o islamismo. Com idéias religiosas convergentes, os povos uniram-se também em termos sociais e políticos. Um exemplo nítido foi o estabelecimento de uma monarquia teocrática.

O governo sobre a população era baseado no Alcorão, o livro sagrado do islamismo, e tinha influência sobre as mais diversas áreas de uma civilização: economia, aspectos sociais, militarismo e política.

Com a população concentrada em um só ideal, foi possível trazer os valores da religião para justificar o expansionismo sobre outras áreas. Assim, além de ser um povo forte e desenvolvido, inicia-se o processo de imperialismo islâmico

Os sucessores de Maomé, responsáveis por perpetuar seu legado, eram chamados de califas. Eles foram essenciais para a expansão imperialista, atingindo regiões como Mesopotâmia, Palestina, Síria, Pérsia e até o Ocidente.

Após conquistar as terras, eles ofereciam vantagens aos indivíduos que se convertessem ao islamismo. Por exemplo, àqueles que se tornavam muçulmanos pagavam impostos menores do que os não-convertidos.

É relevante mencionar que os povos dominados pelos árabes tinham seus saberes e costumes culturais valorizados pelos dominadores. Essa característica propiciou que muitos conhecimentos greco-romanos, ocidentais e orientais fossem preservados e difundidos. Acredita-se que muitos dos estudos de Medicina, Filosofia (inclusive de Aristóteles), Matemática e Arquitetura só perpetuaram pela ação do Império Islâmico. 

Importância de Meca

Nesse período, Meca, que já era uma cidade relevante, tornou-se um grande centro. Como já foi mencionado, Maomé iniciou sua trajetória ali e estabeleceu um espaço sagrado ali — em torno de um monumento chamado Pedra Negra, ou Caaba. Então, a cidade ganhou notoriedade pelo valor religioso.

A região é tão importante no âmbito religioso que, até os dias atuais, uma dos cinco pilares do islamismo é que os muçulmanos devem visitar Meca e Pedra pelo menos uma vez na vida. Essa viagem é chamada de Peregrinação a Meca. 

Ao mesmo tempo, a localização litorânea da cidade favorecia o encontro das rotas de vendas naquele local — afinal, a maior parte do comércio arábico é baseado em trajetos marítimos e navegação — então Meca era também um grande ponto comercial do Império Islâmico. 

Como terminou o Império Islâmico?

O Império Islâmico encontrou em decadência quando uma divergência ideológica se estabeleceu na população. Após a morte de um dos califas, chamado Uthman Ibn Affan, a população ficou dividida sobre como a posição seria ocupada: os xiitas acreditavam que o próximo líder religioso deveria ser um familiar direto de Maomé, enquanto que os sunitas não queriam mais um líder, porque criam que Alah havia dado essa função exclusivamente a Maomé.

Diante disso, iniciou-se uma fragmentação ideológica no Império. Ao mesmo tempo, a grandeza do território tornava difícil o controle sobre todas as áreas. Para facilitar, foram criadas regiões independentes, os Emirados. 

A força imperial declinou rapidamente e alguns territórios foram conquistados por turcos e mongóis. Algum tempo depois, os cristãos iniciaram guerras contra muçulmanos e mais terras foram perdidas.

Por fim, em 1492, os espanhóis expulsaram os árabes da Península Ibérica na famosa Guerra de Reconquista. Assim, o formato imperial se desfez, apesar de toda a riqueza cultural e religiosa permanecerem até os dias de hoje.

Questão sobre Império Islâmico

(UNESP – Universidade Estadual Paulista/2022) A migração de Maomé e seus seguidores para Medina, em 622, marca a

a) conquista muçulmana da Terra Santa, após as lutas contra os cruzados europeus.

b) passagem da id=”urn:enhancement-1d397b5d-c461-43a1-bb29-179336e87754″ class=”textannotation disambiguated wl-thing” itemid=”https://data.wordlift.io/wl110249/entity/governo-federal”>união familiar e clânica dos árabes para a constituição de uma religião coesa.

c) expansão política das oligarquias locais, por meio da imposição do islamismo a todos os árabes.

d) consolidação da primeira religião baseada na Bíblia, fora do âmbito do cristianismo.

e) transição do politeísmo imposto na Palestina para uma religião monoteísta institucionalizada.

A alternativa A está incorreta. As Cruzadas se deram no século XI, após o processo descrito pelo texto.

A alternativa B é a resposta. A Hégira, nome dado ao processo de migração de Maomé para Medina, indica o início do processo de difusão do Islã na península arábica, que forneceu elementos para a unificação cultural e religiosa de suas populações.

A alternativa C está incorreta. A fuga de Maomé para Medina foi resultante da oposição inicial de certas oligarquias comerciais de Meca às pregações do profeta do Islã, devido ao conflito entre politeísmo e monoteísmo.

A alternativa D está cement-5f51d320-6cf7-472d-a342-300b86253de2″ class=”textannotation”>incorreta. O livro sagrado do Islã é o Corão (ou Alcorão), que segundo a tradição muçulmana, foi ditado pelo próprio Alah ao profeta Maomé, e copiado pelos seus seguidores.

A alternativa E está incorreta, a introdução do Islã na Palestina se deu em um contexto posterior ao retratado pelo texto, por meio dos sucessores de Maomé (califas).

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