Construções verbais: como são dispostos os verbos no texto

Construções verbais: como são dispostos os verbos no texto

A comunicação em língua portuguesa e na maior parte das linguagens orais demanda o uso de palavras que expressam ação, estado e fenômenos da natureza, que são os verbos. Entretanto, o uso desses termos não pode ser simplificado ao indicar uma ação. O posicionamento inteligente deles, as construções verbais escolhidas e os tipos de verbos adicionados podem trazer diferentes conotações para a mensagem transmitida. Acompanhe mais sobre o tema neste artigo.

Construções verbais

As construções verbais podem ser consideradas como as diferentes formas de dispor um verbos dentro de uma frase. Por vezes, é possível adicionar o verbo sozinho, por vezes é importante colocar um objeto sofrendo a ação de um sujeito, ou o contrário, o sujeito sofrendo a ação do objeto — tudo depende do que se espera transmitir no texto redigido.  

Por exemplo, na construção verbal: “O inseto foi pisado por João” e “João pisou no inseto” a mensagem final é a mesma, em que uma pessoa chamada João realizou o ato de pisar sobre um inseto. 

Entretanto, ao colocar o inseto como pisado, no primeiro exemplo, o enfoque é dado para o pequeno invertebrado que sofreu ações hostis de um ser humano. Por outro lado, quando João é o agente do verbo, que pisa no inseto, não é transmitida essa ideia mais intensa de “piedade” em relação ao bicho.

Para além da posição verbal, existem as locuções verbais, quando verbos são unidos a outros verbos ou palavras para expressar uma ação específica. Assim, durante a escrita e também na leitura de mensagens, em diferentes cenários, é importante identificar os verbos e reconhecer sua função no texto. 

+ Veja também: Texto narrativo: vozes narrativas, estrutura e exemplos

Aspecto verbal 

Um tópico importante no estudo das construções verbais é o aspecto verbal. Ou seja, a ideia por trás que é difundida em simultâneo com a mensagem e que, muitas vezes, é captada de maneira inconsciente pelo leitor.

Isso significa que a escolha do verbo também importa. Ao escolher diferentes palavras, embora elas sejam sinônimos, a ideia que transmitem pode ser diferente em um nível sutil. A soma dessas pequenas frases e significados sutis fazem parte da construção do texto, então é importante estar ciente desses recursos, percebê-los e/ou utilizá-los sabiamente. Veja os exemplos abaixo:

“Matheus opinou sobre as questões levantadas pela paciente”
“Matheus falou sobre as questões levantadas pela paciente”
“Matheus discorreu sobre as questões levantadas pela paciente”

De certa forma, todas as três frases transmitem a ideia de que Matheus expressou algo sobre as questões levantadas pela paciente. Mas note como cada verbo pode traduzir sentidos diferentes:

  • O termo “opinou” traz uma conotação mais pessoal, subjetiva, sobre aquilo que o sujeito “opina” — é uma opinião, uma ideia, uma visão;
  • O termo “falou” confere a concepção de uma fala corriqueira, cotidiana, conversa comum; e 
  • Em “discorreu”, o verbo oferece uma compreensão mais formal, de quem apresentou argumentos, avaliou, considerou prós e contras. 

Então, o aspecto verbal dessas frases faz com que elas sejam adequadas para diferentes ambientes sociais. O verbo discorrer soa bem e caracteriza, por exemplo, o parecer de um especialista da saúde sobre as dúvidas de um paciente. 

Locuções verbais 

As locuções verbais, que também são chamadas de perífrases verbais, são constituídas pela união de um verbo principal com um verbo auxiliar. São importantes para expressar continuidade e tempo nas ações, por exemplo:

  • Estava estudando, quando percebi que estava muito cansada para entender o conteúdo” (auxiliar – estava, principal – estudando)
  • Havia chovido e a pista estava muito molhada” (auxiliar – havia, principal – chovido)
  • Tenho corrido todos os dias no parque da minha cidade” (auxiliar – tenho, principal – corrido)
  • Seremos recebidos pela minha família quando chegarmos de viagem” (auxiliar – seremos, principal – recebidos)

Como está demonstrado nos exemplos, em geral, a estrutura de uma locução verbal é dada por verbo auxiliar + verbo principal. Os verbos auxiliares são variados, mas os mais comuns são ser, estar, haver, ter, poder e dever. 

Veja como os verbos auxiliares indicam um tempo passado (havia, estava), presente (tenho) ou futuro (seremos) para os verbos principais apresentados. Além disso, como a flexão verbal está quase sempre concentrada no verbo auxiliar, os verbos principais admitem um formato particípio quando a ação já foi encerrada (chovido) e formato gerúndio quando é uma ação de continuidade (estudando). 

Questões sobre construções verbais 

Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP)

A interferência do ambiente no sistema nervoso causa mudanças anatômicas e funcionais no cérebro. Assim, a quantidade de neurônios e as conexões entre eles (sinapses) mudam dependendo das experiências pelas quais se passa. Antes, acreditava-se que as sinapses formadas na infância permaneciam imutáveis pelo resto da vida, mas há indícios de que não é assim. Nos anos 1980, um estudo pioneiro do neurocientista norte-americano Michael Merzenich, da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, demonstrou que o cérebro de macacos adultos se modificava depois da amputação de um dos dedos da mão. A perda do membro provocava atrofia dos neurônios da região responsável pelo controle motor do dedo amputado. Porém ele observou também que essa área acabava sendo ocupada pelos neurônios responsáveis pelo movimento do dedo ao lado.

Disponível em: <https://danielajanssen.com.br/plasticidade-cerebral-na-aprendizagem/>. Acesso em: mar. 2021.

O uso do tempo verbal no termo modificava (destacado no texto) indica

A) fato ocorrido em tempo passado associado à ideia de continuidade até o presente.
B) questionamento do sujeito autor em relação àquilo que afirma.
C) que a ação ocorreu em momento anterior ao atual e foi totalmente finalizada.
D) marcação de que a ação expressa não tem validade nos dias atuais.
E) oposição de ideias em relação à informação precedente.

Alternativa correta: A. 

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