O Dia Mundial da Infância, celebrado em 21 de março, foi instituído pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) para conscientizar a sociedade sobre a importância de garantir os direitos e o bem-estar das crianças.
A escolha dessa data está relacionada ao início da primavera no hemisfério norte, representando simbolicamente o crescimento e o florescimento infantil.
No Brasil, a proteção das crianças foi fortalecida com a criação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), em 1990, que estabelece diretrizes para assegurar a proteção integral dos menores de 18 anos.
Segundo o ECA, considera-se criança a pessoa de até 12 anos incompletos e adolescente aquele entre 12 e 18 anos, assegurando-lhes direitos fundamentais como educação, saúde, lazer e convivência familiar e comunitária.
Mesmo que a infância seja reconhecida como um período essencial para o desenvolvimento humano, muitos desafios ainda persistem. A desigualdade social, o trabalho infantil, a evasão escolar e a violência doméstica são alguns dos problemas que afetam milhões de crianças no Brasil e no mundo.
Além disso, as transformações sociais e tecnológicas impõem novas questões sobre o papel da infância na sociedade contemporânea, como a superexposição de crianças nas redes, tornando esse tema recorrente em discussões acadêmicas e nos vestibulares.
Por isso, o Portal Estratégia Vestibulares listou 9 temas de redação sobre infância e juventude que já foram cobrados nos vestibulares para você treinar suas habilidades. Convidamos também o professor de Redação e Filosofia do Estratégia Vestibulares, Fernando Andrade, para comentar os temas e ampliar ainda mais o repertório formado!
Navegue pelo conteúdo
Famerp 2025: Proibição de livros na escola: censura ou proteção da infância e da juventude?
Para produzir o texto dissertativo-argumentativo, os candidatos da Famerp tiveram à disposição três textos motivadores que abordavam o tema.
O primeiro, era um trecho de uma reportagem publicada pelo Jornal da Unesp, intitulada “Polêmicas envolvendo literatura infantojuvenil, que incluem cancelamentos e banimento de livros em escolas, já preocupam editoras”.
O segundo, nomeado “Nota de repúdio à censura de livros”, trazia uma nota de repúdio da Câmara Brasileira do Livro (VBL). E o terceiro abordava a opinião de um deputado do Rio Grande do Sul (RS), que defende os “limites para conteúdos didáticos” aos alunos adolescentes.
Unicamp 2025: jogos de azar entre crianças
Uma das propostas de redação do Vestibular Unicamp 2025 solicitava aos candidatos que se imaginassem no seguinte cenário: “ao exercer o papel de diretor/a de escola pública, notou alunos do Ensino Fundamental utilizando o celular para apostar dinheiro em jogos de azar”.
Por conta disso, deveria escrever um comunicado à sua comunidade escolar (pais de alunos) alertando sobre os riscos dos jogos eletrônicos de azar, como o do tigrinho, por exemplo, entre crianças e adolescentes menores de idade, trazendo formas de mitigar e combater o problema em questão.
A banca utilizou cinco textos de apoio para compor a coletânea do tema:
- 1: trecho da reportagem “Apostas online atraem crianças e adolescentes, apesar de ilegais”, do portal Lunetas;
- 2: infográfico adaptado do portal Poder 360 com informações sobre escolaridade de renda familiar dos apostadores de “bets”;
- 3: charge “Alice no País das Bets“, do cartunista Benett, publicado pela Folha de S. Paulo;
- 4: trecho da matéria “Regulamentação das bets: o que pode e o que não pode? Entenda“, do portal Migalhas; e
- 5: trecho da reportagem “Jogo do Tigrinho: os perigos de se viciar em games de aposta”, do portal Brasil de Fato.
UEA 2024: “Crianças e adolescentes devem ser proibidos de acessar redes sociais?”
O Vestibular UEA 2024 abordou em seu tema de redação a proibição do uso das redes sociais por parte das crianças e adolescentes.Para contribuir com a produção da redação, a prova disponibilizou quatro textos motivadores diferentes. Entre eles uma charge e trechos de matérias do Portal G1, da Agência Brasil e do jornal Estadão.
A matéria da Agência Brasil, escrita por Pedro Rafael Vilela, afirmou que cerca de um terço dos usuários da rede no mundo é de crianças e adolescentes. O segundo texto, do G1, aborda um projeto de lei sancionado pelo governador da Flórida, que limita o acesso de menores de 16 anos a redes sociais.
O terceiro texto apoiador foi uma charge, que ironiza a falta da supervisão dos pais. O texto 4, de Carolina Delboni, do Estadão, não apoiava a ideia proibir o acesso das crianças e adolescentes a redes sociais. A autora afirma, inclusive, que muitos perfis, como os da aba “Aprender” do TikTok, auxiliam no aprendizado de diversas coisas.
Unicentro 2023: “A importância da inserção das crianças no processo de compreensão das eleições, bem como a valorização do exercício do voto”
O Vestibular Unicentro 2023 propôs como um dos temas de redação a importância de falar com a criançada sobre o voto e as eleições no geral. Para auxiliar o candidato, foi oferecido somente um texto de apoio, escrito por Maria Clara Cabral e Fabrício Peixoto para a Folha de S. Paulo.
O trecho da matéria, intitulada “Como falar de eleições com as crianças”, destaca a importância de falar sobre eleições com as crianças, ressaltando que a educação para a cidadania deve envolver a família, a escola e a sociedade, conforme previsto na Constituição.
Ainda segundo a reportagem, nas escolas, o tema pode ser abordado dentro da Base Nacional Comum Curricular, promovendo competências como argumentação baseada em dados, análise crítica e uso de diferentes linguagens. Além disso, compreender o processo eleitoral desde a escolha dos candidatos até o voto é essencial para a formação cidadã e deve ser incentivado desde cedo.
Unicamp 2022: superexposição de crianças e adolescentes na internet
Uma das propostas de redação do Vestibular Unicamp 2022 foi a realização de um post “textão” sobre a superexposição de crianças e adolescentes na internet.
O candidato deveria se passar por alguém de 15 anos de idade, o qual trabalhava como digital influencer desde os 13 anos, que decidiu elaborar um post extenso (textão) se posicionando sobre crianças e adolescentes como influenciadores digitais.
A coletânea de textos motivadores foi composta por um trecho do texto da Unicef sobre cyberbullying, um trecho adaptado da matéria da Folha de S. Paulo, intitulada “Morte de adolescente reacende debate sobre exposição digital”, e um trecho de uma matéria originalmente publicada no site do Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil (FNPETI), que abordava os “youtubers mirins” como nova modalidade de trabalho infantil.
UEA 2021: A influência dos super-heróis sobre crianças é positiva ou negativa?
A Universidade do Estado do Amazonas (UEA) solicitou que os candidatos dissertassem a influência dos super-heróis sobre crianças na redação do vestibular 2021. Para isso, a prova ofereceu quatro textos motivadores.
O primeiro deles, de Raissa Carvalho para a Folha BV e intitulado “Como ocorre a influência dos heróis na vida das crianças”, trouxe pontos positivos dessa relação, essenciais à formação da personalidade da criança.
O segundo texto, de Jairo Bouer, nomeado “Super-heróis podem não ser uma boa influência para o seu filho”, argumentou que os heróis se envolvem em muitos atos violentos.
Já o texto 3 era de João Martins e intitulado “Influências positivas e negativas dos super-heróis nas crianças”, enquanto o quarto foi a reportagem “Super-heróis de hoje têm influência negativa em meninos, diz estudo”, publicada pela BBC.
Famerp 2020: A educação domiciliar no Brasil: exercício da liberdade de escolha ou negligência dos pais?
Em 2020, a Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp) cobrou a educação domiciliar no Brasil como tema da redação. Para escrever a dissertação, os candidatos tiveram o apoio de dois texto motivadores.
O texto 1, escrito por Alessandra Gotti, era uma reportagem da Nova Escola, intitulado “Educação domiciliar: os pais podem optar por substituir a escola no Brasil?”. No trecho selecionado, a autora traz dados sobre o homeschooling no Brasil e no mundo.
O texto 2, “Ensino domiciliar não enfrenta os graves problemas educacionais do país”, de Eduardo Marini para a Revista Educação, traz argumentos da Profa. Dra.Telma Vinha e da Profa. Dra. Luciane Barbosa, que são, respectivamente, contra e a favor da educação domiciliar.
Encceja 2020: Combate ao abuso sexual contra crianças e adolescentes no Brasil
O tema de redação do Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja) 2020 abordou o “Combate ao abuso sexual contra crianças e adolescentes no Brasil”, solicitando uma proposta de intervenção, que respeitasse os direitos humanos.
O texto motivador 1, nomeado “Abuso sexual contra crianças é crime” e disponpivel no site do Ministério Público, explicava como identificar o abuso sexual nifatojuvenil. O segundo foi uma imagem da campanha contra o abuso sexual, feita pelo Conselho Tutelar do Governo de Alagoas (confira abaixo).
Já o texto trouxe uma tabela feita pelo O Globo, com informações do Ministério da Saúde, que mostra que “Três crianças, ou adolescentes, são abusadas sexualmente no Brasil a cada hora”.
PUC Goiás 2019: Pais que não vacinam os filhos devem ser penalizados?
O tema da redação do Vestibular PUC-Goiás 2019 foi “Pais que não vacinam os filhos devem ser penalizados?”. Para escrever sobre o tema, os candidatos puderam escolher uma entre três as propostas: artigo de opinião, carta de leitor ou crônica.
Para auxiliar os estudantes, foram disponibilizados quatro textos motivadores. O primeiro era uma reportagem intitulada “Vacinação de crianças no país atinge índice mais baixo em 16 anos”, de Natália Cancian.
O segundo texto trouxe um trecho da reportagem“Grupos contra vacinação crescem e disparam alerta para volta de doenças no Brasil”, de Isabela Palhares e Fabiana Cambricoli, publicada na Gazeta do Povo.
O terceiro também foi uma reportagem, escrita por Marco Aurélio Sáfadi para a Folha de S. Paulo, com título “Pais que não vacinam os filhos devem ser multados? NÃO. É preciso informação e infraestrutura”.
O quarto e último texto, também publicado na Folha de S. Paulo, intitula-se “Pais que não vacinam os filhos devem ser multados? SIM. A negligência pode custar caro”. Este foi escrito por Inglacir Delavedova.
Cursos Selecionados
Curso Interativo ENEM - Redação - Prof. Fernando Andrade
Curso Interativo FUVEST - Redação - Prof. Fernando Andrade
Curso Interativo UNICAMP - Redação - Prof. Fernando Andrade
Curso Interativo UNESP - Redação - Prof. Fernando Andrade
Curso Interativo UERJ - Redação - Prof. Fernando Andrade
Curso Interativo UFRGS - Redação - Prof. Fernando Andrade
Curso Interativo UEA - Redação - Prof.ª Fernando Andrade
Curso Interativo UNB - Redação - Prof. Fernando Andrade
Curso Interativo UFSC - Redação - Prof. Fernando Andrade
Curso Interativo UEL - Redação - Prof. Fernando Andrade
Análise sobre o tema: a infância como período de formação e vulnerabilidade
Em depoimento sobre a abordagem do tema infância e juventude nos vestibulares, o professor de redação Fernando Andrade destacou que esse núcleo temático tem sido amplamente explorado e continua sendo um campo fértil para propostas de redação.
“No passado, as crianças eram vistas como mini-adultos e tinham suas responsabilidades bem definidas desde cedo”, explica Andrade. No entanto, ele ressalta que essa visão mudou com o tempo, especialmente a partir do século XIX, com a Revolução Industrial e os movimentos de direitos humanos. “A infância passou a ser reconhecida como uma fase de proteção e desenvolvimento”, afirma.
Ao discutir o desenvolvimento infantil, Fernando pontua que o bebê humano nasce incompleto e depende de cuidados intensivos até, pelo menos, os dois anos de idade. “Daí até os sete anos, ele deve dominar os códigos culturais, sem os quais não saberá lidar com o ambiente social”, esclarece.
Segundo o professor, esse processo se estende ainda mais na sociedade contemporânea, de forma que a maturidade plena não ocorre antes dos 14 anos. “Do ponto de vista filosófico, só se considera um ser humano completo quando o indivíduo tem plena consciência de si, de suas circunstâncias e pode tomar decisões de forma autônoma, o que não deve ocorrer antes dos 18 ou 20 anos”, completa. Ele lembra também que, fisiologicamente, a maturidade do cérebro só se dá por volta dos 25 anos.
Outro ponto abordado foi a dependência do jovem em relação aos adultos. “Durante, no mínimo, quase duas décadas, o jovem será dependente, econômica e emocionalmente, dos adultos que lhe são próximos”, enfatiza. Essa realidade traz desafios no que diz respeito à proteção infantil, já que crianças e adolescentes podem ser vítimas de abuso ou descaso sem terem condições de pedir ajuda ou exigir seus direitos.
O professor alerta para a complexidade da prerrogativa de cuidado ser dos pais: “Só em casos graves a destituição da família é a melhor saída para o jovem, e esse processo não é sem consequências”.
O professor reforça que a infância e a juventude continuam sendo temas recorrentes nas provas de redação dos vestibulares, pois envolvem aspectos históricos, filosóficos, sociais e científicos que permitem reflexões profundas e discussões pertinentes sobre o papel da sociedade na formação dos indivíduos.
Por isso, ele mapeou as fragilidades dessas crianças e relacionou-as com possíveis questões, exemplificando com propostas já dadas por diversas bancas. Confira abaixo!
Mapeamento das fragilidades de crianças e jovens
1 – Precisam de cuidados físicos e afetivos
Dessa característica, podemos considerar as seguintes questões:
- Como garantir a saúde da criança, principalmente aquelas que nascem em lares vulneráveis?
- Quais são as consequências da alienação parental?
- Quais são as consequências do cuidado excessivo?
- O que se pode dizer da medicalização da infância?
- Como lidar com crianças expostas a bullying?
Propostas de redações sobre a questão
- UniRV 2021: Adoção de crianças com deficiência.
- Enem 2000: Direitos da criança e do adolescente: como enfrentar esse desafio nacional?
2 – Não conseguem refrear prazer, dor e raiva, pois ainda não entendem os códigos sociais
Dessa característica, podemos considerar as seguintes questões:
- Quão responsável e culpabilizável é uma criança que faz bullying com outra?
- Os pais devem dar limites aos filhos, ou tratá-los como amigos?
- Qual o prejuízo da exposição das crianças a games e entretenimento digital que foram criados para capturar a atenção completa das pessoas através de recursos de manipulação?
Propostas de redações sobre a questão
- Unicamp 2025: jogos de azar entre crianças
- UEA 2021: A influência dos super-heróis sobre crianças é positiva ou negativa?
- FAMECA 2020: Crianças dependentes da tela: responsabilidade dos pais ou das empresas tecnológicas?
3 – Não têm noção do próprio corpo e das competências sexuais ainda imaturas
Dessa característica, podemos considerar as seguintes questões:
- Qual o problema da exposição à sexualização precoce, típica de uma sociedade de entretenimento conectada e quase sem restrições para conteúdo adulto?
- Como lidar com a ameaça constante do abuso sexual por parte de adultos?
- A obesidade infantil é uma questão de escolha das crianças?
Propostas de redações sobre a questão
- Unicamp 2022: superexposição de crianças e adolescentes na internet
- Encceja 2020: “Combate ao abuso sexual contra crianças e adolescentes no Brasil”
- Unaerp 2017: violência sexual contra crianças e adolescentes
4 – As crianças são moldadas pelas informações que são passadas a elas e são incapazes de avaliar aquilo a que são expostas
Dessa característica, podemos considerar as seguintes questões:
- Pode-se proibir as crianças de acessar redes sociais?
- A educação formal das crianças deve ser totalmente gerenciada pelos pais?
- Que tipo de educação ela deve receber?
Propostas de redações sobre a questão
- Famerp 2025: Proibição de livros na escola: censura ou proteção da infância e da juventude?
- UEA 2024: “Crianças e adolescentes devem ser proibidos de acessar redes sociais?”
- Unicentro 2023: A importância da inserção das crianças no processo de compreensão das eleições, bem como a valorização do exercício do voto.
5 – A criança é vista como sendo a garantia de conquistas dos adultos, uma extensão dos pais, e ela se comporta como uma extensão de seus genitores
Dessa característica, podemos considerar as seguintes questões:
- Até que ponto as exigências de sucesso dos pais prejudicam as crianças?
- Quais são os efeitos do uso da guarda pelos pais como forma de lidar com conflitos amorosos não resolvidos?
- Dada a importância da criança para a sociedade, a criança é de responsabilidade direta dos pais, mas também do Estado. Quando pais e Estado entram em rota de choque, o que fazer?
- Os pais podem deixar de vacinar seus filhos?
- Deixar de educá-los?
Propostas de redações sobre a questão
- Famerp 2020: A educação domiciliar no Brasil: exercício da liberdade de escolha ou negligência dos pais?
- PUC Goiás 2019: Pais que não vacinam os filhos devem ser penalizados?
Arrase na redação com o Estratégia Vestibulares
Você quer ter todas as suas redações corrigidas e com feedback? Saiba que o Estratégia Vestibulares oferece isso! Aqui você pode enviar um número ilimitado de redações para serem corrigidas por nossos professores, que respondem com dicas de onde e como melhorar.
Além disso, a Coruja oferece aulas dinâmicas, um Banco de Questões super completo, salas VIP, monitorias e cursos focados em diversas bancas de vestibulares do Brasil. Clique no banner e conheça melhor o Estratégia Vestibulares!