A 13 dias do primeiro dia das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), mais de 30 coordenadores do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), órgão do MEC responsável pela prova, pediram exoneração. Os funcionários alegam desmonte da pasta, assédio moral e falta de tecnicidade nas decisões com relação ao exame.
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A Assinep (Associação dos Servidores do Inep) pediu atuação urgente do MEC para normalizar a situação e garantir a aplicação do exame em tons de normalidade. “A Assinep lamenta profundamente que a postura da alta gestão do Inep tenha levado a situação da autarquia a esse ponto dramático”, diz a nota à imprensa.
Segundo o Estadão, os funcionários pressionam pela saída do atual presidente do órgão, Danilo Dupas. Na carta de demissão, assinada pelos servidores federais, eles afirmam que “não se trata de posição ideológica ou de cunho sindical. A despeito das dificuldades relatadas, reafirmo o compromisso com a sociedade de manter empenho com as atividades técnicas relacionadas às metas institucionais estabelecidas em 2021”.
Apesar da carta ser redigida no singular, trata-se de uma exoneração coletiva, que pode afetar o andamento do Enem 2021. A previsão é que outras demissões ocorram nos próximos dias. A debandada começou na semana passada com as demissões de Eduardo Carvalho Sousa, coordenador de Exames para Certificação, e Hélio Junior Rocha Morais, coordenador da Logística de Aplicação.
Em Assembleia Geral do Assinep, realizada na última semana, foram denunciados os supostos casos de assédio moral onde, segundo os servidores, “o medo é a tônica”.
Como a exoneração coletiva pode afetar o Enem
O Enem está previsto para acontecer nos próximo dias 21 e 28 de novembro para pouco mais de 3 milhões de inscritos, o menor número desde 2005, e com queda de quase 50% com relação ao ano anterior. Com a exoneração, alguns processos podem sofrer atrasos, como a correção e divulgação das notas.
O ministro da educação, Milton Ribeiro, foi ao twitter na noite dessa segunda-feira (8) garantir a aplicação do exame no cronograma previsto.
Além disso, os servidores exonerados são responsáveis por monitorar problemas na aplicação do exame e encontrar soluções para garantir que o exame aconteça sem erros e imprevistos, como vazamentos, e problemas nos locais de prova. Ainda não se tem informações sobre como esses problemas serão contornados caso a demissão se solidifique.