Como escolher o curso de graduação?

Como escolher o curso de graduação?

Psicóloga do Estratégia Vestibulares dá dicas para escolher o curso de graduação com segurança e assertividade

Escolher o curso de graduação é um dos vários desafios que os vestibulandos enfrentam no caminho até o sonhado Ensino Superior. Além das dificuldades com a rotina de estudos, foco, persistência e motivação, a hora de determinar a carreira pode tirar o sono de muitos estudantes. 

Segundo dados do Inep, 56% dos alunos matriculados em um curso de graduação trocou ou abandonou o curso entre 2010 e 2015, período do levantamento. 

Pensando nisso e em formas de tornar esse processo um pouco menos conturbado, conversamos com a psicóloga Maria Fernanda Alves, que também é orientadora vocacional aqui no Estratégia Vestibulares. 

Portanto, prepare a concentração e o caderninho para uma leitura atenta das dicas que preparamos para sobre como escolher a faculdade sem erro. Antes de começar, já adiantamos: o melhor caminho não é o mais fácil, é o do autoconhecimento.

Escolher o curso e a faculdade é um desafio para muitos estudantes. Colagem: Lucas Zanetti
Escolher o curso e a faculdade é um desafio para muitos estudantes. Colagem: Lucas Zanetti

A faculdade não é um rótulo

A escolha é difícil porque automaticamente ela se torna um rótulo. Ao menos é assim que aprendemos a lidar: “não sei fazer conta, sou de humanas”, “sou de exatas, por isso sou uma pessoa lógica”, “sou de biológicas e apaixonado pelos animais”. Todos os estereótipos que acompanham as áreas podem até ser engraçados, mas atrapalham a escolha do curso.

Antes de sermos profissionais, somos seres humanos com muitas outras características, gostos e vontades. Dentro das áreas e dos cursos, há todos os tipos de perfis. E que bom, pois isso torna cada área muito rica e diversa. Ou seja, o primeiro passo é encarar a escolha da faculdade como ela é: uma escolha e não uma definição.

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A psicóloga Maria Fernanda lembra que sempre é possível mudar de graduação, mas é preciso moderação e equilíbrio. 

“O modelo atual do mundo do trabalho nos permite ‘alterar a rota’ se preciso, mas isso não significa passe livre para fazer uma escolha descompromissada (‘ah, vou escolher qualquer curso e se eu não gostar eu mudo’), que poderá trazer prejuízos financeiros, de tempo, dentre outros”, afirma.

Escolher o curso de graduação é sobre autoconhecimento

Conhecer a si mesmo, as preferências e gostos é importante para minimizar os erros na hora de escolher por onde seguir. A escolha do curso é o início de uma série de escolhas que, somadas, vão constituir a vida da pessoa. Existem outros fatores que devem ser levados em conta, como a vida universitária e oportunidades das universidades, por exemplo.

Segundo a orientadora vocacional, essa reflexão honesta e transparente precede a escolha do curso e a elaboração de testes vocacionais, por exemplo. “É muito importante que os estudantes parem para ‘se ouvir’ um pouco. Entender seus interesses e habilidades e também pensar sobre o tipo de vida que quer construir para si”.

É a partir desse momento de reflexão que o estudante consegue a autonomia necessária para que não tenha a vida escolhida por terceiros. Por isso, é importante não pular essa etapa. Caso contrário, a profissional adverte que a chance de frustração com a escolha acaba sendo maior.

Se o arrependimento bater…

Maria Fernanda explica que mesmo com muita pesquisa, cuidado e avaliação é possível se frustrar ao escolher o curso de graduação. Essa escolha pode ser inclusive com outros fatores, como a universidade escolhida ou a cidade no caso de estudantes que se mudam

“Mesmo que façamos uma escolha uma escolha muito bem embasada em nossos interesses e habilidades, associada ao nosso projeto de vida, ainda assim estamos sujeitos a mudar de opinião, afinal podemos ser expostos a novas informações e encontrarmos outras possibilidades mais interessantes”.

Ou seja, ainda que a mudança traga transtornos, é uma opção melhor do que permanecer infeliz e insatisfeito, o que traria consequências piores para a vida como um todo. 

Uma dica valiosa da psicóloga é não entender a escolha como a maior da vida. Esse passo deve ser entendido, segundo ela, como “a construção da base do seu projeto de vida, que será moldado ao longo dos anos e resultantes de outras escolhas que deverão ser feitas no futuro”.

O papel dos testes vocacionais na escolha da faculdade

Sim, eles têm lá o seu valor. No entanto, não devem ser utilizados a torto e direito como se fossem capazes de escolher o curso de graduação por você. Além disso, a maior parte dos testes disponíveis na internet não têm base científica alguma, são somente um apanhado de estereótipos sobre cada curso e área. E os estereótipos devem ser evitados, lembra?

“Os testes são ferramentas auxiliares no processo de escolha, não protagonistas. Na maior parte dos atendimentos de Orientação Profissional com Psicólogos, por exemplo, eles sequer são utilizados. Isso porque trabalhando o autoconhecimento e explorando as informações sobre o mundo do trabalho a escolha profissional poderá ser feita de forma consciente e apropriada pelo indivíduo”, elucida a orientadora.

Ou seja, se está muito difícil de fazer essa escolha e se você está perdido e sem muita ideia de onde começar, o ideal é buscar ajuda profissional com orientadores e psicólogos especializados e treinados para ajudar esses casos. Mas lembre-se: no final a escolha é sua.

Quando se deve buscar ajuda profissional?

O primeiro passo para saber como escolher uma faculdade, é falar e conversar sobre as escolhas e aquilo que é motivo de angústia e tensão com relação a carreira. O estudante deve falar com amigos, professores, pais e familiares, para que o processo de comunicação ajude o desenvolvimento do autoconhecimento. 

Quando a escolha for motivo de muita angústia, pressão e não for aos poucos se resolvendo e ficando mais leve, é hora de buscar ajuda. “Quando as dificuldades para tomar uma decisão persistirem ou as datas da inscrição pros vestibulares e Sisu estiverem se aproximando e os conflitos de escolha ainda presentes, seria importante o auxílio da Orientação Profissional”, indica Maria Fernanda. 

A matéria que gosto deve ajudar a escolher o meu curso de graduação?

Não necessariamente. Essa é a indicação da orientadora vocacional, que lembra também que as matérias do cursinho são bem diferentes de como os conteúdos são ensinados na graduação. Além disso, fatores como o mercado de trabalho e atuação profissional devem ser levados em conta ao escolher o curso de graduação.

“É importante pesquisar bem a grade da faculdade e o mercado de trabalho da área que está considerando, de preferência conversar com profissionais que se formaram e já estão atuando”, finaliza.

Estude com o Estratégia Vestibulares

Quanto mais imerso no universo dos vestibulares, mais espontânea será a escolha da área que se quer seguir. Com o Estratégia Vestibulares, você tem acesso não só aos conteúdos das principais provas do país, mas uma rede de apoio e de amigos que estão vivendo o mesmo que você. Vem ser estrategista!

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