9 questões sobre iluminismo que já caíram nos vestibulares e no Enem

9 questões sobre iluminismo que já caíram nos vestibulares e no Enem

Confira 9 questões sobre o iluminismo, corrente filosófica que embasou conceitos da democracia e da sociedade atuais

O iluminismo foi um movimento cultural, social e filosófico que tinha como principal objetivo a valorização da razão em detrimento da fé religiosa. A partir disso, foram propostas mudanças estruturais na sociedade da época, com o ideal de alterar pontos políticos, econômicos, científicos e de comportamento.

O questionamento de tudo passa a trazer a necessidade de se utilizar a ciência como método para a descoberta de novos fundamentos do conhecimento, em que surge também o humanismo, que pregava a racionalidade humana.

Além disso, o movimento conquistou conquistas importantes no âmbito social e nas liberdades individuais, pontos esses que foram considerados positivos na diminuição da desigualdade existente entre as classes sociais da época. 

O tema foi um dos norteadores das revoluções burguesas na França e nos Estados Unidos, do fortalecimento do modelo de democracia visto atualmente e da divisão de três poderes como divisão das funções do Estado. A importância do iluminismo no desenvolvimento do mundo em que vivemos faz com que o assunto seja tema frequente nos vestibulares. Confira 9 questões sobre o iluminismo que já caíram nas provas.

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Uespi (2010)

O Iluminismo trouxe movimentação cultural, buscou exaltar a razão e divulgou interesses de uma burguesia em luta por melhor situação política. Mas o Iluminismo não foi uma unanimidade. O Romantismo fez críticas aos iluministas afirmando que:

A a razão não era a fonte de tudo; tinha os seus limites.
B a democracia social deveria substituir o capitalismo.
C a arte não tem força para influenciar a vida social e política.
D o passado é insignificante para se pensar nas reformas.
E a decadência da Europa tornou-se inevitável devido ao Racionalismo.

Alternativa correta: A

UEL (2020)

Leia o texto a seguir.

Dever é a necessidade de uma ação por respeito à lei. […] devo proceder sempre de maneira que eu possa querer também que a minha máxima se torne uma lei universal.

KANT, Immanuel. Fundamentação da Metafísica dos costumes. Trad. Paulo Quintela. São Paulo: Abril Cultural, 1974.p. 208-209.

Com base no texto e nos conhecimentos sobre a teoria kantiana do dever, assinale a alternativa correta.

A A máxima de uma ação moral universalizável pode ter como fundamento os efeitos da ação, sendo considerada moralmente boa uma ação cujos efeitos causam o bem.
B A obrigação incondicional que a lei moral impõe advém do reconhecimento da possibilidade de universalização das máximas da ação.
C A mentira pode, em certas circunstâncias, ser legitimada moralmente quando dela resulta uma ação benéfica ou impede o prejuízo a outrem.
D A máxima incondicional de uma ação moral pode ter como fundamento a experiência, pois os costumes fornecem elementos suficientes para ela.
E O imperativo categórico, princípio dos imperativos do dever, escolhe, dentre os estímulos fornecidos à vontade, o que lhe é mais adequado.

Resposta: Uma das formulações da máxima moral de Kant é : “faze aquilo que pode ser considerado uma lei universal”. O pensador considera que essa é a essência moral universal que está incrustrada em todo indivíduo racional. Logo, o indivíduo age moralmente bem quando segue essa máxima, pois ele pode escolher não agir segundo tal critério.

Alternativa correta: B

Unesp (2019)

A maior violação do dever de um ser humano consigo mesmo, considerado meramente como um ser moral (a humanidade em sua própria pessoa), é o contrário da veracidade, a mentira […]. A mentira pode ser externa […] ou, inclusive, interna. Através de uma mentira externa, um ser humano faz de si mesmo um objeto de desprezo aos olhos dos outros; através de uma mentira interna, ele realiza o que é ainda pior: torna a si mesmo desprezível aos seus próprios olhos e viola a dignidade da humanidade em sua própria pessoa […]. Pela mentira um ser humano descarta e, por assim dizer, aniquila sua dignidade como ser humano. […] É possível que [a mentira] seja praticada meramente por frivolidade ou mesmo por bondade; aquele que fala pode, até mesmo, pretender atingir um fim realmente benéfico por meio dela. Mas esta maneira de perseguir este fim é, por sua simples forma, um crime de um ser humano contra sua própria pessoa e uma indignidade que deve torná-lo desprezível aos seus próprios olhos.

(𝗜𝗺𝗺𝗮𝗻𝘂𝗲𝗹 𝗞𝗮𝗻𝘁. 𝗔 𝗺𝗲𝘁𝗮𝗳𝗶𝘀𝗶𝗰𝗮 𝗱𝗼𝘀 𝗰𝗼𝘀𝘁𝘂𝗺𝗲𝘀, 𝟮𝟬𝟭𝟬.)

Em sua sentença dirigida à mentira, Kant

A considera a condenação relativa e sujeita a justificativas, de acordo com o contexto.
B assume que cada ser humano particular representa toda a humanidade.
C apresenta um pensamento desvinculado de pretensões racionais universalistas.
D demonstra um juízo condenatório, com justificação em motivações religiosas.
E assume o pressuposto de que a razão sempre é governada pelas paixões.

Resposta: Alternativa “b” está correta. Pensar moralmente significa pensar na humanidade inteira, ideia que está presente no imperativo categórico, “age de tal maneira que trates sempre a humanidade, tanto em tua pessoa quanto na de qualquer outro nunca simplesmente como meio, mas ao mesmo tempo e simultaneamente como fim”. Isso aparece no texto acima em parênteses, “ser moral (a humanidade em sua própria pessoa)”.

Alternativa correta: B

Unesp (2019)

TEXTO I

Duas coisas enchem o ânimo de admiração e veneração sempre crescentes: o céu estrelado sobre mim e a lei moral em mim.

KANT, I. Crítica da razão prática. Lisboa: Edições 70, s/d (adaptado).

TEXTO II

Duas coisas admiro: a dura lei cobrindo-me e o estrelado céu dentro de mim.

FONTELA, O. Kant (relido). In: Poesia completa. São Paulo: Hedra, 2015.

A releitura realizada pela poeta inverte as seguintes ideias centrais do pensamento kantiano:

A Possibilidade da liberdade e obrigação da ação.
B Aprioridade do juízo e importância da natureza.
C Necessidade da boa vontade e crítica da metafísica.
D Prescindibilidade do empírico e autoridade da razão.
E Interioridade da norma e fenomenalidade do mundo.

Resposta: Kant fala da interioridade do desejo moral de estabelecer regras, já que usa a expressão “em mim”; e se refere ao mundo como o vê, ao fenômeno do céu estrelado, algo que pode ser traduzido em linguagem filosófica pomposa como “fenomenalidade do mundo”.

Alternativa correta: E

Enem (2018)

O século XVIII é, por diversas razões, um século diferenciado. Razão e experimentação se aliavam no que se acreditava ser o verdadeiro caminho para o estabelecimento do conhecimento científico, por tanto tempo almejado. O fato, a análise e a indução passavam a ser parceiros fundamentais da razão. É ainda no século XVIII que o homem começa a tomar consciência de sua situação na história.

ODALIA, N. In: PINSKY, J.; PINSKY, C. B. História da cidadania. São Paulo: Contexto, 2003.

No ambiente cultural do Antigo Regime, a discussão filosófica mencionada no texto tinha como uma de suas características a.

A aproximação entre inovação e saberes antigos.
B conciliação entre revelação e metafísica platônica.
C vinculação entre escolástica e práticas de pesquisa.
D separação entre teologia e fundamentalismo religioso.
E contraposição entre clericalismo e liberdade de pensamento.

Resposta: O Iluminismo defende a liberdade de pensamento e, sendo assim, contrapõe-se ao clericalismo.

Alternativa correta: E

UFU (2014)

Assinale a alternativa que indica a “moral do senhor”, de acordo com Nietzsche.

A Os princípios metafísicos e morais dos diálogos de Platão.
B A força, a criatividade, a saúde e o amor à vida.
C Os princípios éticos e morais, que se encontram na Bíblia.
D O ódio e o ressentimento dos fracos contra os mais fortes.

Resposta: Ao se deparar com tal questão é fundamental ter clareza na distinção que Nietzsche faz entre a moral do escravo e a moral do senhor. A moral do escravo é a moral dos fracos, ou seja, daqueles homens que não conseguem ser donos de suas próprias ações. É a moral dos homens que negam a saúde, a criatividade e a coragem. Já a moral do senhor (ou do nobre) surge da afirmação, da autoafirmação. Nisso reside a diferença fundamental entre esta e a moral dos escravos. Porque toda moral nobre parte de um dizer sim a si mesmo. Há nessa moral uma maneira de avaliar que ressalta o sentimento de plenitude e excesso da própria força. Tomando-se o único ponto de referência. O forte não necessita de aprovação e dispensa qualquer termo de comparação – sabe-se criador de valores.

O comando da questão pede que assinale a alternativa que defina a moral do senhor.

Alternativa correta: B

UFRGS (2020)

Considere o texto a seguir.

Digo, sem fazer maiores declarações, que, se a Razão oferece sua sóbria luz, se as mulheres são realmente capazes de agir como criaturas racionais, que não sejam tratadas como escravas, nem como animais que, submetidos ao homem, dependem de sua razão; mas, ao contrário, cultivem sua mente, deem a elas o limite sublime e salutar dos princípios e deixem que alcancem a dignidade consciente, sentindo elas próprias que dependem apenas de Deus. Ensinem-nas, como aos homens, a se submeter à necessidade, em vez de atribuírem a um sexo a moral para torná-las mais agradáveis. 

WOLLSTONECRAFT, Mary. Reivindicação dos Direitos da Mulher. São Paulo: Boitempo, 2016. p. 57.

O texto, escrito pela filósofa inglesa Mary Wollstonecraft, no século XVIII, expressa ideais do

A Absolutismo.
B Iluminismo.
C Socialismo.
D Romantismo.
E Darwinismo.

Resposta: O iluminismo foi um movimento intelectual que surgiu na França, ao longo do séc. XVIII. Caracterizava-se como uma filosofia contrária às estruturas do Antigo Regime e de valorização da razão humana, busca pelo conhecimento e luta contra qualquer tipo de relação de opressão. Nesse sentido, muitos teóricos passaram a defender o fim da escravidão e igualdade nas relações entre os gêneros.

Alternativa correta: B

FCMSCSP (2018)

Um medo assombrou a segunda metade do século XVIII: o espaço escuro, o anteparo da escuridão que impede a total visibilidade das coisas, das pessoas, das verdades. Dissolver os fragmentos de noite que se opõem à luz, fazer com que não haja mais espaço escuro na sociedade, demolir estas câmaras obscuras onde se fomentam o arbitrário político, os caprichos da monarquia, as superstições religiosas, os complôs dos tiranos e dos padres, as ilusões da ignorância, as epidemias. 

(Michel Foucault. Microfísica do poder, 1988.)

No pensamento iluminista do século XVIII europeu, a “escuridão” mencionada no texto é frequentemente associada

A às revoltas populares e à defesa da igualdade social.
B ao poder da Igreja e ao absolutismo monárquico.
C ao crescimento do banditismo e à decadência da aristocracia.
D ao avanço do liberalismo e à crise da produção industrial.
E à ascensão burguesa e às críticas à Igreja católica.

Resposta: A escuridão se refere a dois importantes aspectos do Antigo Regime: a influência da Igreja e o absolutismo monárquico. Para os iluministas, essas duas instituições eram responsáveis por impedir as liberdades individuais e por explorar e enganar o terceiro estado (povo). Por conta dessas características, havia a associação com a ideia de “escuridão”.

Alternativa correta: B

Unicentro (2017)

Nas últimas décadas do século 20, a expressão “neoliberalismo” passou a fazer parte não só do dia a dia de economistas, mas, também, do noticiário jornalístico, que difundiu o termo para toda a sociedade. Obviamente, para haver um “neoliberalismo”, é preciso que tenha havido, anteriormente, um “liberalismo”, doutrina econômica que tem suas bases em autores clássicos, como o filósofo escocês Adam Smith. “O liberalismo vem do individualismo. As três questões básicas do liberalismo são a garantia da propriedade privada, a garantia dos excedentes monetários e a liberdade de usar os excedentes monetários, para qual se usa a doutrina de Adam Smith”, diz o professor do Departamento de Ciências Sociais da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Valter Duarte Ferreira Filho. (LIBERALISMO… 2016). 

O liberalismo econômico surgiu dentro do âmbito da passagem do mundo feudal para o sistema capitalista.

Considerando-se esse contexto, é correto afirmar que

A a defesa da liberdade de comércio e da produção se opunha às restrições do sistema mercantilista. 
B o controle estatal na economia contribuiu para o pioneirismo inglês no processo da Revolução Industrial. 
C a Lei do Máximo, estabelecida pelo governo jacobino no processo da Revolução Francesa, concretizou as concepções de Adam Smith. 
D o Império Napoleônico estabeleceu os princípios defendidos por Rousseau e a restrição do comércio com a Inglaterra. 
E a teoria da mais valia defendeu, na íntegra, os princípios liberais, ao afirmar que o trabalho seria a única fonte de riqueza. 

Resposta: A teoria liberal surgiu em meio a efervescência iluminista do século XVII e XVIII. Como dois lados da mesma moeda, podemos distinguir o liberalismo político e o liberalismo econômico. O primeiro tem como precursor o filósofo inglês John Locke, crítico do absolutismo. Ele era um defensor da liberdade religiosa, do princípio de tolerância, da organização política pelo consentimento, da propriedade privada e do princípio da vontade da maioria. O segundo tem como principal pensador o também inglês Adam Smith. Ele desenvolveu a economia política enquanto ciência, defendendo que a economia era regida por leis naturais passíveis de serem observadas. Smith argumentava que o Estado não deveria interferir nos assuntos econômicos, de modo que a livre concorrência pudesse prevalecer. Nesse aspecto, ele se colocava um crítico ferrenho do mercantilismo. Ele também defendia o poder transformados do indivíduo e a propriedade privada. 

Alternativa correta: A

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