Chuvas no Brasil em 2022: tudo o que você precisa saber e como cai no vestibular
Deslizamento na cidade de Petrópolis – RJ, em fevereiro de 2022.

Chuvas no Brasil em 2022: tudo o que você precisa saber e como cai no vestibular

De regiões litorâneas a serranas, os temporais deixaram milhares de vítimas apenas no primeiro semestre do ano

As chuvas no Brasil em 2022 já quebraram vários recordes negativos, incluindo, de acordo com a Confederação Nacional de Municípios (CNM), o do maior número de óbitos causados por suas consequências nos últimos nove anos. Inclusive, o estado de Pernambuco ainda sofre com o problema das chuvas atualmente.

De acordo com o professor Saulo Takami, que leciona Geografia no Estratégia Vestibulares, “o meio do ano é mais chuvoso na Zona da Mata Nordestina”, por isso, conversamos com ele a respeito dos desastres envolvendo fortes chuvas esse ano. 

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Chuvas no Brasil em 2022

O total de mortes causadas pelo excesso de chuvas e suas consequências desde o ano de 2013 no Brasil é de 1756. Os números são da Confederação Nacional de Municípios (CNM) e mostram como a junção do aumento das chuvas, causado pelas mudanças climáticas relacionadas ao aquecimento global, e a falta de políticas públicas e planejamento urbano podem gerar problemas graves às populações.

Ainda de acordo com a CNM, apenas nos cinco primeiros meses de 2022 foram registradas 457 mortes causadas pelo excesso de chuvas. A estatística é 57% maior que o número de óbitos registrados em 2021.

Além das mortes, a Confederação também calcula que 7,8 milhões de pessoas precisaram deixar suas casas de forma permanente ou temporária por causa das altas chuvas.

Bahia e Minas Gerais

Atingidos pela alta de chuvas desde dezembro de 2021, os estados da Bahia e de Minas Gerais enfrentaram cheias em rios, inundações, deslizamentos e acidentes em pontos turísticos.

De acordo com estatísticas divulgadas pela Defesa Civil da Bahia, em 16 de janeiro, o total de atingidos pelos temporais e inundações chegou a 965.643 pessoas, causando 27 mortes, 523 feridos, 30.306 desabrigados e 62.156 desalojados.

No estado de Minas Gerais, a situação não foi muito diferente. A Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec) contabilizou 25 mortes, 7.735 desabrigados e 48.607 desalojados, em dados de 22 de janeiro.

São Paulo

Nos últimos cinco dias de janeiro, o Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT) acúmulos de chuvas superiores a 400 milímetros em Franco da Rocha, praticamente o dobro da média mensal esperado para o município, que foi um dos mais afetados no estado pela alta das chuvas no verão.

O aumento foi o responsável por enchentes e deslizamentos que vitimaram fatalmente 18 pessoas — do total de 34 de todo o estado de São Paulo. 

Rio de Janeiro

A população da cidade de Petrópolis, na região serrana do estado do Rio de Janeiro, sofreu com os temporais que causaram deslizamentos e enchentes nos meses de fevereiro e março de 2022.

O índice de chuvas registrado pela Defesa Civil da cidade no dia 20 de março foi de 534,3 milímetros, em um período em que era esperado 250 milímetros para todo o mês. O resultado foi mais de 240 mortos e três pessoas desaparecidas.

De acordo com a prefeitura da cidade, até o mês de maio, 8,1 mil famílias haviam feito o cadastro solicitando auxílio aluguel, um benefício no valor de R$500,00. Entretanto, apenas 1,9 mil foram contempladas.

Pernambuco

As fortes chuvas que afetam o estado de Pernambuco, e em especial da região metropolitana, seguem desde o final do mês de maio. Na tarde do último dia 16 de junho, a Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac) emitiu um alerta de chuvas moderadas a fortes para o Grande Recife, Zona da Mata e Agreste.

Até o momento, já foram registradas 130 mortes causadas por alagamentos e deslizamentos, além de 40 mil desabrigados e desalojados.

O que causa o excesso de chuvas?

O fenômeno La Niña é o principal responsável pelo excesso de chuvas e de calor registradas em diferentes regiões do Brasil no primeiro semestre de 2022. Apesar de ser uma situação comum, esse ano passa pelo segundo La Niña consecutivo, tendo o primeiro começado em outubro de 2021.

Nesse fenômeno, as águas na superfície do Oceano Pacífico sofrem um resfriamento e isso causa efeitos no clima do planeta inteiro. Na América do Sul, o La Niña afeta os corredores de umidade da Amazônia.

Sendo a umidade vinda da Floresta Amazônica responsável por chuvas em boa parte do continente, o fenômeno meteorológico antecipa a chegada de chuvas nas regiões Norte, Nordeste e Sudeste. E isso também faz com que falte umidade para a regiões do Brasil, bem como a países vizinhos como a Argentina e o Paraguai.

“Na Bahia, por exemplo, a Lã Niña, a depressão subtropical e o aquecimento global são os três grandes responsáveis pelo aumento da pluviosidade. Podemos falar ainda da atuação da Zona de convergência do Atlântico Sul posicionando-se mais ao norte do que o normal”, explica Saulo.

O que acontece com o solo?

Os deslizamentos de terra após grandes tempestades de chuva são as causas mais comuns de mortes durante esses períodos. Isso acontece, porque uma parcela das águas escoadas da chuva escorre pela superfície e outra se infiltra no solo e desestabilizam encostas.

“Ao se infiltrar no solo, a água faz com que esse fique com uma característica mais plástica. Isso, somado às ocupações irregulares e a gravidade, favorece os deslizamentos”, explica o professor Saulo Takami.

Depois de um deslizamento, o professor Saulo explica que a área pode ser reutilizada, mas que isso não é recomendado. “O solo pode ser reaproveitado, mas é uma questão de tempo para ter um elevado índice pluviométrico novamente. Então, é melhor evitar a ocupação dessas áreas mesmo”.

Como evitar os acidentes?

Um dos pontos que ajuda a evitar deslizamentos de terra é não haver desmatamento da vegetação local. Mas o principal, no entanto, é a não ocupação de áreas que concentrem águas da chuva.

Por isso, o Poder Público é o principal responsável na prevenção de acidentes causados pelas chuvas, com políticas habitacionais e de infraestrutura das cidades. “Realocar as populações em áreas de risco, melhorar a infraestrutura urbana para que a água seja drenada mais rapidamente e evitar os desmatamentos”, comenta o professor Saulo acerca do que pode ser feito.

Como cai no vestibular?

Para o professor Saulo, os vestibulares tendem a abordar as chuvas em questões relacionadas às causas dos temporais e quais consequências eles podem causar nos centros urbanos.

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